O contrabando de vários produtos essenciais, entre os quais o açúcar, óleo, fardos de roupa e sapatos usados, além de combustíveis, tem vindo a aumentar na fronteira de Machipanda, que divide Moçambique e Zimbabwe, desde que Harare viu piorar a economia e provocou um êxodo de cidadãos para Moçambique, à procura de alimentos.
Nesta quarta-feira, 6, os Serviços Províncias das Alfândegas da província de Manica anunciaram a apreensão de 23 toneladas de açúcar contrabandeado, através de vários poros na fronteira de Machipanda.
Para o director da área operativa das Alfândegas de Manica, Remígio Guiamba, o actual estágio de contrabando do açúcar zimbabweano é“critico”, por estar a lesar o estado em milhões de meticais de fisco por ano.
“Para o açúcar, em particular, há uma perda dupla, para além da receita de Estado como tal, que devia ser pago no acto de entrada, mas o açúcar como sabemos (lesa) as fabricas cá, que às vezes não conseguem vender a sua produção”, explicou Remígio Guiamba, sem avançar os prejuízos em receitas com as 23 toneladas apreendidas.
Contudo, avançou que o contrabando em aumentado substancialmente e que está em curso um trabalho de patrulha rotineira, para travar o cenário.
Aquele responsável acrescentou que o Governo introduziu “sobretaxas muito altas” como forma de inibir a importação do açúcar, para valorizar a produção nacional, sendo que o contrabando geralmente vem para contornar as sobretaxas aplicadas.
“O contrabando de cigarro é que esta mimicamente controlado”, garantiu Guiamba, afiançando que com “a selagem de bebidas alcoólicas e tabaco, principalmente o tabaco, nós não estamos a notar produtos não selados no mercado, ao contrário do açúcar”.
Ainda no rol das apreensões, aquela responsável disse que pelo menos mil garrafas de bebidas alcoólicas foram confiscadas quando tentavam ser introduzidas de forma ilícita, através da fronteira de Machipanda.
Do outro lado, de Moçambique para o Zimbabwe são contrabandeados produtos como roupas e sapatos usados, combustível, além de bens alimentares, como arroz, óleo e farinha de milho, cuja quantidade foi reduzida pelas autoridades zimbabweanascom isenção de taxas.
Em Fevereiro, a Policia moçambicana anunciou a apreensão de dezenas de toneladas de roupa e sapatos usados, que seriam contrabandeados de Moçambique e Zimbabwe, num negócio que vem crescendo entre aqueles países.