O Papa Francisco pediu que os jovens continuem a protestar e que não permitam que gerações mais velhas os silenciem ou anestesiam os seus ideais.
Francisco falou neste Domingo, por ocasião do início das cerimónias da semana santa até à Páscoa, um dia depois de centenas de milhares de jovens norte-americanos terem respondido ao movimento Marcha Pelas Nossas Vidas, criado por um grupo de estudantes sobreviventes do massacre de Parkland, na Flórida.
A 14 de Fevereiro deste ano, 17 pessoas foram mortas por um estudante da escola Marjory Stoneman Douglas, em Parkland, no estado da Flórida, o que provocou uma onda de revolta e de vontade de mudar as leis de controlo de armas vigentes nos Estados Unidos.
O Papa não fez menção directa aos manifestantes dos EUA no seu discurso neste domingo.
O líder católico de 81 anos liderou uma procissão para comemorar o dia em que a bíblia conta que Jesus foi para Jerusalém e foi chamado de salvador, apenas para ser crucificado cinco dias depois.
Fazendo paralelos bíblicos, Francisco pediu para os jovens na multidão que o acompanhava para não serem manipulados.
“A tentação de silenciar jovens sempre existiu”, disse Francisco. “Há muitas formas de silenciar jovens e torná-los invisíveis. Muitas maneiras de anestesiá-los, fazê-los ficarem quietos, sem pedirem nada, sem questionarem nada. Há muitas maneiras de sedá-los, de evitar que se envolvam e tornar seus sonhos rasos, chatos e mesquinhos”, disse o Papa.
“Caros jovens, vocês têm que gritar”, disse o pontífice, pedindo para os jovens que o acompanhavam para serem como as pessoas que receberam Jesus com palmeiras em vez daquelas que pediram a crucificação dele alguns dias depois.
“Cabe a vocês não ficarem quietos. Mesmo se outros continuarem quietos, se nós velhos e líderes, alguns corruptos, ficarem quietos, se o mundo todo ficar quieto e perder sua alegria, eu pergunto-vos: Vocês vão gritar?”
E os jovens que o acompanhavam responderam: “Sim!”
Apesar do Papa não ter feito menção aos protestos nos EUA ocorridos um dia antes, ele frequentemente tem condenado a produção de armas e os ataques.
O movimento Marcha Pelas Nossas Vidas (March For Our Lives) juntou milhares de pessoas na capital americana, no dia 24 de Março mas também por todo o país.