As lutas internas da FNLA continuam e agora militantes da ala de Ngola Kabango dizem que Lucas Ngonda está a tentar falsificar o número de pessoas que participaram no último congresso que, segundo dizem, não teve quórum.
Segundo essas acusações, elementos afectos à ala de Lucas Ngonda, presidente da FNLA, teriam estado alegadamente no último fim-de-semana na cidade do Lubango para recolher assinaturas e completar o número de delegados exigido por lei que teriam participado do congresso do partido em Fevereiro passado.
Esse congresso reelegeu Lucas Nognda, mas foi marcado no seu início por confrontos que resultaram num morto. Os apoiantes de Ngola Kbango dizem que foram excluídos de participar.
Bemba Simão, da ala de Ngola Kabango na província da Huíla, diz que Ngonda não conseguiu no último congresso quórum suficiente para legitimar o conclave, situação que estará a obrigar o presidente a enviar emissários pelas províncias para recolher assinaturas.
Bemba Simão considera que a situação vigente é fruto da falta de abertura de Lucas Ngonda para um diálogo franco e aberto.
“Até onde é que eles querem levar o partido? Nós não podemos cruzar os braços e já estamos a prever dialogar com Lucas Ngonda, mas ele, como é teimoso, só quer que esse congresso seja validado”, disse.
“Todas as manobras que eles fizerem nós vamos denunciar para ver até que ponto chegamos”, acrescentou
Bemba Simão acredita que Lucas Ngonda está a recolher essas assinaturas porque terá alegadamente percebido que vai encontrar dificuldades de legitimar o último congresso do partido junto do Tribunal Constitucional.
“Eles anunciaram 1.501 delegados, mas como não conseguiram atingir o quórum para a realização do congresso, então mandaram delegações para as províncias para ver se conseguem engrossar os seus processos, porque se calhar eles estão com dificuldades de levar o processo do fim do congresso no tribunal constitucional”, disse.
A VOA tentou sem sucesso ouvir na região elementos afectos à ala de Lucas Ngonda.