Milhares de moradores de aldeias de Chiúta, distrito da província moçambicana de Tete, abandonaram a pesca e agricultura por receio de intoxicação após alerta de contaminação por enxofre das águas do rio Mavuzi.
A pesca e a agricultura são as principais fontes de sobrevivência no distrito.
Um camião de carga, que transportava enxofre do porto da Beira para a República Democrática do Congo, em sacos plásticos, caiu na ponte sobre o rio Mavuzi no domingo, 11, entornando grandes quantidades de enxofre nas águas.
Manuel Cebola, secretário permanente do distrito de Chiúta, disse que “depois do acidente, começou a aparecer peixe morto na água e a hortaliça nas margens do rio começou a secar”
“O contacto de água com enxofre tem uma reação perigosa para saúde humana” disseuma fonte medica, que advertiu que é necessário abandonar o consumo de todos os produtos que tenham tido contacto com a água contaminada.
O governo distrital de Chiúta e a equipe multissectorial da saúde e ambiente, enviada para monitorar o incidente, intensificou a campanha de proibição de consumo e venda do peixe morto e hortícolas.
O governo e a empresa proprietária da carga estiveram hoje, 14, reunidos na cidade de Tete, mas não foi divulgada a agenda ou se a empresa será responsabilizada pelos danos ambientais até aqui provocadas.
Hermenigildo Galimoto, chefe do Departamento de Gestão Ambiental, na direção provincial de Terra, Ambiente e Desenvolvimento Rural de Tete, que confirmou o encontro com a empresa, disse que amostras da água do rio foram enviadas para analise laboratorial.
“Os resultados deverão ser conhecidos esta quinta-feira (15)” disse Galimoto.
O rio Mazuvi é afluente do rio Zambeze, que fornece peixe a região, e receia-se que a contaminação atinja a barragem de Cahora Bassa.