O partido no poder em Angola, o MPLA realiza a partir da quinta-feira, 9, o seu VIII Congresso ordinário que será marcado pela recondução de João Lourenço no cargo de presidente e candidato presidencial às eleições previstas para 2022.
Sob o lema “MPLA por uma Angola mais desenvolvida, democrática e inclusiva”, o evento pretende juntar em Luanda cerca de três mil membros oriundos de todas as províncias do país e do estrangeiro, de acordo com os seus organizadores.
Uma das decisões a serem tomadas será a renovação de até 51 por cento dos actuais 497 membros do Comité Central e a continuidade de 45 por cento.
Analistas dizem, entretanto, que o congresso não vai operar quaisquer inovações em termos de democracia interna, devendo o partido manter a sua matriz leninista, assente na submissão da minoria discordante à maioria, apoiante do líder.
“Será obediência cega pura e simplesmente”, diz o jurista Pedro Capracata.
Aquele analista político admite queJoão Lourenço deverá retirar, mais uma vez, a velha guarda dos órgãos de decisão do partido e chamar junto a si jovens que, em sua opinião,“melhor o podem servir e ajudar a consolidar o poder”.
Entretanto a presença ou não, no congresso do MPLA, do seu Presidente Emérito, José Eduardo dos Santos continua a criar alguma expectativa, numa altura em que informações postas a circular em Luanda dão conta que o mesmo terá declinado o convite.
O jornalista Jorge Eurico disse, à VOA, que a ausência do José Eduardo dos Santos, desde que não se deva ao seu estado de saúde”, será indicativa que o ex-estadista angolano “está bastante magoado” devido ao tratamento que é dado a ele e aos seus filhos.
Eurico acrescenta que a presença “seria uma oportunidade soberana da família MPLA se reconciliar com José Eduardo dos Santos”.
“Ele ainda representa uma autoridade moral no seio do MPLA independentemente dos erros que tenha cometido”, afirmou.
A reunião magna dos camaradas termina no sábado, 11.