O MPLA realiza no sábado, 8, o seu sexto congresso extraordinário, que será marcado pelo render da guarda de José Eduardo dos Santos e a ascensão à liderança no partido no poder em Angola, desde 1975, de João Lourenço.
Enquanto o Presidente da República não é confirmado pelos congressistas, embora seja o único candidato à liderança dos camaradas, membros do partido e observadores têm comentado o mandato de 39 anos de Dos Santos à frente do MPLA.
Muitos têm homenageado José Eduardo dos Santos, enquanto outros questionam o seu legado.
Silva Mateus, antigo militante do MPLA e presidente da Associação 27 de Maio, diz que Dos Santos deixa um triste testemunho e que foi um péssimo dirigente politico.
“Ele é o culpado da desgraça do povo angolano”, acusa Silva Mateus.
Opinião contrária tem o deputado do MPLA, João Pinto, para quem “José Eduardo dos Santos é um intelectual líder e um humanista”.
Em relação a João Lourenço, seu sucessor, Pinto entende estar a fazer mudanças desejadas pelo seu antecessor.
“Está a sair por vontade própria e indicou um candidato que está a fazer o que ele já não queria levar a cabo”, completou aquele parlamentar.
O congresso de sábado e a consequente eleição de João Lourenço para a presidência do MPLA põe fim a um ano do que se convencionou chamar de “bicefalia”, com José Eduardo dos Santos a manter a liderança do partido e Lourenço a Chefia do Estado, desde 27 de Setembro de 2017.
Dos Santos cumpre assim a promessa de deixar a vida pública em 2018, como anunciou dois anos antes, embora tenha pretendido, no início, que o actual congresso se realizasse apenas no fim do ano.
Pressões no partido, provenientes de alguns sectores do partido em Julho, levou-o a anunciar a realização do congresso extraordinário para o próximo sábado.
Os congressitas deverão aprovar várias moções, bem como eleger os novos corpos do partido, que deverão ter o "cunho" de João Lourenço.