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Congo: Recandidatura de Nguesso causa tensão antes das eleições


Denis Sassou N'Guesso
Denis Sassou N'Guesso

Autoridades impedem campanha da oposição.

A República do Congo realiza eleições presidências no próximo domingo, 20, num ambiente de tensão originada pela recandidatura de Denis Sassou N'guesso, que procura continua no poder ao cabo de três décadas.

O país vive uma total agitação eleitoral. A principal coligação da oposição, o IDC-Frocad, acusa as autoridades de estarem a impedir as campanhas dos candidatos.

Guy Romain Kinfoussia, porta-voz desta coligação, conta que recentemente a polícia lançou gás lacrimogénio numa reunião de um candidato da oposição. Outro candidato foi impedido de realizar uma reunião numa praça pública.

Nove candidatos concorrem ao cargo de Presidente da República, incluindo Dennis Sassou Nguesso, no poder há trinta anos.

Em resultado de um referendo realizado em Outubro, o país mudou a constituição para permitir mais de dois mandatos presidenciais e a eleição de um presidente com mais de 70 anos de idade. Foram 92 por cento de votos a favor, o que a oposição rejeitou após um boicote.

O Presidente Nguesso pretende ganhar as eleições na primeira volta.

Na semana passada, a coligação da oposição anunciou a criação da sua própria organização para a contagem de votos com o argumento de que a comissão de eleições favorecerá Nguesso.

Para Kinfoussia, a comissão de eleições não é independente, e contar os votos é fácil. Em caso de resultados falsos, Kinfoussia diz que irão contestar, uma vez que terão os números certos da contagem paralela.

O governo desqualificou a importância da contagem de votos pela oposição.

A União Europeia não enviará observadores. Alega que não foram criadas as condições para eleições livres e justas.

O partido no poder na França pediu o adiamento das eleições. A Organização congolesa dos Direitos Humanos também.

Tresor Nzila, director executivo desta organização, diz que o país caminha para uma confrontação – “uma vez que há todos os ingredientes para a violência, o que ninguém quer”. Nzila é a favor do adiamento desta ronda, o que daria espaço para os partidos todos discutirem.

As eleições haviam sido planificadas para Julho, mas o governo mudou para acelerar a implementação da nova constituição aprovada em finais de 2015.

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