A Polícia Nacional (PN) angolana, através das unidades de Intervenção Rápida e de Patrulhamento e Reacção, dispersou neste sábado, 17, pela força manifestações em Luanda e Benguela em que milhares de pessoas pretendiam protestar contra o alto custo de vida, a perseguição às zungueiras e ainda um novo projecto de lei de estatuto das organizações não governamentais.
No Lubango e Malanje, as manifestações decorreram sem incidentes.
Em Luanda, a PN usou gás lacrimogéneo e carregou sobre os milhares de manifestantes que pretendiam marchar nas ruas da cidade.
Nos confrontos registaram-se alguns feridos e a polícia efectuou várias detenções.
Manifestantes entrevistados pela Voz da América culparam a polícia pela violência e dirigiram ásperas palavras contra o Presidente João Lourenço.
Escaramuças entre a polícia e grupos de manifestantes continuaram após os manifestantes terem dispersado.
Ouça a reportagem aqui:
Confrontos também em Benguela
Em Benguela, a Polícia Nacional de Angola (PNA) lançou gás lacrimogéneo para dispersar a manifestação contra o aumento do preço da gasolina, neste sábado, 17, em Benguela, num cenário de violência com várias detenções, constatou a Voz da América.
Logo na concentração dos manifestantes, o comandante municipal de Benguela da PN, superintendente-chefe, Filipe Cachota, fez saber que o término dos protestos não ocorreria no local pretendido pelos promotores, seis organizações da sociedade civil.
Foi um sinal do que viria a acontecer momentos depois, já no decorrer dos protestos, quando os manifestantes procuravam passar pela rua do Governo e do Palácio, residência do governador provincial, Luís Nunes.
A polícia efectuou disparos e lançou gás, dispersando manifestantes, na sua maioria mototaxistas, um dos mais afectadas pela subida da gasolina.
Depois da acção dos agentes da Polícia, testemunhada pela Voz da América, vários estabelecimentos comerciais e restaurantes, onde os participantes procuravam guarida, fecharam mais cedo.
A Polícia de Intervenção Rápida (PIR) protegeu as ruas de acesso ao Palácio da Praia Morena e do Comité Provincial do MPLA, partido no poder.
“O poder é do povo, já não queremos o Presidente João Lourenço”, gritavam manifestantes, que evocavam ainda os reflexos sociais decorrentes da medida do Executivo (aumento da gasolina ), como a subida dos alimentos e dos transportes.
Lubango e Malanje sem qualquer incidente
A PN continuava à procura de activistas, com disparos em alguns pontos da cidade.
No Lubango a manifestação programada decorreu de forma pacífica com a escolta da polícia num roteiro devidamente definido.
O período da manhã ficou marcado pelo fraco serviço de transportes públicos.
No Malanje, também a manifestação aconteceu de forma pacífica.
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