A Guiné, país da África Ocidental, em meio a uma turbulenta campanha eleitoral, fechou suas fronteiras terrestres com a Guiné-Bissau e o Senegal, disse terça-feira um alto funcionário do governo. O encerramento é por razões de segurança, afirmou a fonte da capital guineense, Conacri, sem dar mais detalhes.
O ministro do Interior da Guiné-Bissau, Botche Candé, disse a jornalistas que "recebeu relatórios de agentes da fronteira indicando que a fronteira estava fechada unilateralmente desde domingo".
A AFP nao conseguiu contactar o ministro da Segurança guineense, Albert Damantang Camara, para obter um comentário.
O presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, tem relações tensas com o presidente guineense Alpha Conde, que se candidata a um polémico terceiro mandato nas eleiçōes de 18 de outubro.
Condé tem estado fortemente envolvido nos esforços diplomáticos para resolver as repetidas crises políticas da Guiné-Bissau.
Um representante guineense foi uma ausência notável nas cerimónias de 24 de setembro para assinalaram o dia da independência da Guiné-Bissau.
Fontes em Bissau, a capital, afirmam que os guineenses que aí vivem tentaram recentemente regressar a casa para votar depois de encontrarem dificuldades para o fazer no consulado do seu país.
Muitos da comunidade de expatriados são Fulani, um grupo étnico que provavelmente favorece o rival eleitoral de Condé, Cellou Dalein Diallo.
A Guiné-Conacri, um dos países mais pobres e voláteis da África, foi fustigada por turbulências políticas eleitorais.
Condé concorre a um terceiro mandato, desafiando os críticos que dizem que ele forçou mudanças constitucionais neste ano, permitindo-lhe contornar os limites presidenciais de dois mandatos.
O ex-dissidente de 82 anos tornou-se o primeiro presidente democraticamente eleito da Guiné em 2010 e foi reeleito em 2015.
Protestos contra seu suposto plano de um terceiro mandato levaram milhares de guineenses às ruas no final de 2019. Dezenas de pessoas foram mortas em confrontos. Na terça-feira, manifestantes que se opõem a um terceiro mandato do Conde na capital Conacri entraram de novo em confronto com as forças de segurança, o que levou a prisões, segundo um jornalista da AFP.