A escassez de dadores voluntários e a crise financeira que afecta muitas famílias contribuem para a comercialização do sangue em Malanje.
Os vendedores de sangue concentram-se muitas vezes em frente aos hospitais e são contractados por familiares fora das unidades hospitalares e apresentados como parentes próximos, como disse Teresa António, vendedora nas imediações do hospital.
“Aqui tem pessoas que doam sangue por dinheiro, mas há vezes que os jovens veem, há vezes que os jovens não veem. Vendem ao preço de sete mil Kwanzas,(mas) há quem doa sangue de favor”, confirma.
O comércio de sangue é ilegal, mas o presidente da Associação Vida Angola (AVA) Sadoc Alfredo confirma que o contrato é feito entre o familiar carente e o vendedor, principalmente fora das unidades sanitárias,
A sua organização vai mobiliza 150 pessoas para uma campanha em massa no próximo dia 22 deste mês.
“Nós estamos aqui a trabalhar no sentido de desencorajar essa prática, mas incentivar que mais pessoas de forma voluntária aderem a esse movimento para que tenhamos mais pessoas salvas”, defendeu
O banco de sangue da hemoterapia do Hospital Regional de Malanje há vários anos que carece do produto em estoque para satisfação da demanda de pacientes daquela unidade de referência e de outras da região.
O coordenador provincial do programa e serviços da Cruz Vermelha de Angola (CVA) em Malanje, Pacheco Serrote, confirma a detenção em 2022 de um suposto doador que em cerca de dois meses procedeu a três doações de sangue por dinheiro.
A CVA controla 1600 doadores voluntários em 9 dos 14 municípios da província, mas apenas 20 doam regularmente.
O banco de sangue da secção de hemoterapia do Hospital Regional local com uma capacidade de armazenamento para 300 bolsas, precisa de uma reserva mensal de 100 a 150 unidades para atender uma média diária de 20 a 25 solicitações de hemotransfusões.
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