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Comunidade internacional e o silêncio em relação ao conflito moçambicano


Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi
Afonso Dhlakama e Filipe Nyusi

Analistas e Governo fazem a sua leitura.

O ministro moçambicano dos Negócios Estrangeiros e Cooperação, Oldemiro Baloi, disse esta semana estar preocupado com "o silêncio cúmplice de países e organizações, dentro e fora do país, que não condenam estas práticas da Renamo".

Comunidade internacional e o silêncio em relação ao conflito moçambicano
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Em reacção, analistas moçambicanos consideram que o facto de algumas das reivindicações da Renamo serem legítimas justifica o alegado silêncio cúmplice de alguns países e organizações aos ataques do maior partido da oposição.

Fernando Mbanze afirma que enquanto a Renamo e o Governo moçambicano não assumirem a responsabilidade pela presente situação no país, a comunidade internacional dificilmente se vai pronunciar sobre este conflito.

De acordo com aquele analista, "para além disso, ao nível de alguma opinião pública, as reclamações que a Renamo têm estado a apresentar são reclamações com algum sentido e devem ser resolvidas pelas duas partes".

Para Fernando Mbanze, o silêncio dos países e organizações se deve também ao facto de a Renamo e o Governo se acusarem, mutuamente, de responsabilidade pelos ataques.

O jurista Carlos Sitoi defende também que as partes devem assumir a responsabilidade pela tensão militar que se vive no país, "por forma a que haja pronunciamento da comunidade internacional e da sociedade civil”.

Entretanto, o jornalista Paul Fauvet considera ser estranho o silêncio dos países ocidentais e, sobretudo dos africanos, em relação ao conflito moçambicano.

Fauvet classifica como "uma hipocrisia a condenação de certos actos de terrorismo, do chamado Estado Islâmico e Al Qaeda,não acontecendo o mesmo em relação à Renamo, embora esta não aja nessa escala tão grande".

Por seu lado, o sociólogo Francisco Matsinhe critica a violência, e relativamente às acusações mútuas, diz que isso faz parte da natureza dos homens militarizados.

Refira-se que para o chefe da diplomacia moçambicana, "a condenação ao crime, ao assassinato, ao roubo perpetrados pela Renamo não é, necessariamente, dar razão ao Governo, é dizer que há formas de resolver as diferenças políticas".

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