O Governo cabo-verdiano já anunciou que vai fundir a Radioteelvisão Caboverdiana (RTC) e a agência de notícias numa única empresa pública de comunicação social. Esta medida não está a ser bem vista pelos trabalhadores do sector, bem como outras personalidades do país, já que duvidam da eficácia na melhoria do serviço público de informação prestado aos cabo-verdianos.
O jornalista e professor universitário Daniel Medina considera que o argumento de que a fusão das duas empresas vai no sentido da redução dos custos de gestão e rentabilidade dos recursos humanos até pode funcionar, mas diz que isso pode também ser visto como uma tentativa de concentração e controlo da informação.
Já o jornalista Carlos Santos considera que a fusão da forma que se pretende fazer, não trará mais-valia na melhoria do serviço público de informação prestado aos cidadãos.
Para Santos, o momento não é adequado para se fazer uma reforma com esta profundidade no sector da comunicação social público, até porque, segundo o jornalista a RTC, é visível não haver condições objectivas para a tal fusão".
Em debate também está a própria situação da imprensa cabo-verdiana, em que os privados consideram estar sufocados por falta de recursos.
No entanto, Daniel Medina entende que os mesmos devem ser mais criativos e procurar meios que permitam abrir caminho para a sua afirmação.
Ainda assim, aquele especialista endente que o mercado cabo-verdiano é relativamente pequeno para suportar vários órgãos, embora seja salutar a existência de vários canais, já que contribuem para o pluralismo de ideias e reforço da democracia.
No que se refere à publicidade, Daniel Medina afirma que se deve reservar maior espaço aos órgãos privados, reduzindo, neste caso, a presença da rádio e televisão públicas no mercado publicitário, uma vez que estes órgãos são financiados pelo Estado através dos contribuintes.