A maior companhia privada de petróleo de Angola, a sociedade petrolífera de Angola, Somoil, continua a expandir os seus investimentos gastando centenas de milhões de dólares ou mais em aquisições e assim chamando a atenção dos círculos económicos petrolíferos internacionais.
A SOMOIL adquiriu no mês passado as operações da companhia portuguesa GALP em Angola comprometendo-se a pagar 830 milhões de dólares para aquisição das acções da companhia portuguesa no Bloco 32, no Bloco 14 e no Bloco 14k de exploração petrolífera.
Para a aquisição em Janeiro de 20% nos blocos 14/14K offshore a companhia disse ter recebido o financiamento de “um banco internacional de alta reputação” mas não deu outros pormenores.
Em Dezembro do ano passado a SOMOIL tinha comprado a participação de 2,5% da companhia tailandesa PTTE no bloco petrolífero 17/06, por uma quantia não revelada mas que segundo peritos deve ascender a várias dezenas de milhões de dólares.
Com estas vendas tanto a GALP como a PTTE deixaram de operar em Angola.
A SOMOIL é também proprietária de cinco subsidiárias e pretende também expandir a sua participação na distribuição e venda de combustíveis e produtos petrolíferos.
A SOMOIL pretende tornar-se numa empresa pública com acções a serem vendidas na bolsa de valores de Luanda, mas para já permanece uma companhia privada que tudo indica foi fundada e é controlada por figuras antigamente ligadas à companhia petrolífera estatal angolana, Sonangol.
Várias fontes indicam que os seus fundadores foram Manuel Vicente e Joaquim David e o seu director executivo é Edson Rodrigues dos Santos. Tanto Manuel Vicente como Joaquim David têm no passado sido mencionados como devendo milhões de dólares ao Estado angolano por empréstimos obtidos da Sonangol que alegadamente nunca foram pagos.
No que diz respeito à sua produção petrolífera em 2021 antes da aquisição dos interesses da GALP e da PTTE a produção petrolífera foi de 16.000 barris por dia algo que o economista Carlos Rosado de Carvalho diz “não ser lá grande coisa” tendo em conta que Angola produz 1,1 milhão de barris por dia.
Quanto à origem da mesma, o também jornalista diz que "a primeira compreensão é que esta empresa é do próprio sistema, são do regime, a SOMOIL, como dizem, é do Manuel Vicente, que decidia no sector".
“Quem são os accionistas? Quem são os últimos beneficiários? Da transparência das empresas faz parte a revelação de quem são os accionistas das empresas.", disse.
Miguel Ângelo Vieira é jurista e especialista em matéria de regulação económica, considera que a circunstância em que a SOMOIL foi criada como empresa levanta muitas interrogações.
"A SOMOIL é uma empresa privada de produção e exploração de petróleo cujos os proprietários são quadros do sector” e que disso tirou vantagens, disse.
Tentamos ouvir ao telefone, algum responsável pela empresa SOMOIL, não obtivemos resposta. Também enviamos uma mensagem para o endereço electrónico da empresa - até ao momento não obtivemos uma resposta.
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