A companhia holandesa SBM Offshore e a sua subsidiária nos Estados Unidos concordaram em pagar ao Governo americano 238 milhões de dólares para encerrar uma acção em tribunal envolvendo a corrupção em Angola e outros países.
As autoridades judiciais americanas disseram que os subornos eenvolveram personalidades na Sonango, mas não deram mais pormenores.
Ao abrigo do acordo, a SBM considerou-se culpada de violar a lei americana de combate a práticas corruptas no estrangeiro não só em Angola, mas também no Brasil, Guiné-Equatorial, Cazaquistão e Iraque.
A companhia admitiu ter pago mais de 180 milhões de dólares em comissões a intermediários, sabendo que parte dessas comissões seriam usadas para subornar entidades estrangeiras.
A SBM tinha já acordado em pagar 240 milhões às autoridades holandesas.
Segundo as investigações, milhões de dólares foram pagos a entidades angolanas, em dinheiro ou em produtos "de valor" não especificados.
A SBMI revelou que uma investigação interna feita anteriormente tinha encontrado provas de que seus representantes em Angola e na Guiné Equatorial podiam ter subornado entidades dos governos desses países.
“A respeito de Angola e Guiné Equatorial há evidências de que pagamentos podem ter sido feitos directa ou indirectamente a autoridades do Governo”, disse o comunicado da companhia que não divulgou, contudo quaisquer, nomes.
O comunicado diz que entre 2007 e 2011 companhias ligadas à empresa usaram “agentes múltiplos” em Angola, incluindo um anteriormente usado para negócios na Guiné Equatorial.
“Há alguma evidência que pessoas ligadas a pelo menos um desses agentes eram entidades do Governo angolano ou estavam associados a entidades do Governo angolano,” disse o comunicado.
“Há também alguma evidência de que o agente usado na Guiné Equatorial poderá ter feito pagamentos a entidades do Governo angolano e que outros tipos de valor foram entregues a entidades do governo e/ou a seus familiares”, continua o texto da SBM que diz não saber qual a percentagem de um total de 22,7 milhões de dólares de comissões que foi usada como suborno.
Dois antigos dirigentes da companhia, incluindo o presidente da Comissão Executiva da companhia, Anthony Mace, e um executivo da filial da companhia nos Estados Unidos, Robert Zubiate, consideraram-se já culpados e aguardam a sentença.