O activista sul-africano anti-apartheid Ahmed Kathrada, preso com Nelson Mandela, pediu a saída de Jacob Zuma, aumentando a pressão pela renúncia do presidente da África do Sul após um tribunal ter determinado conduta desonesta sobre gastos de recursos públicos na sua casa particular.
Numa carta com data de 31 de Março mas publicada neste sábado, 2, Kathrada escreve que a renúncia de Zuma daria ao Governo a oportunidade de se recuperar de "uma crise de confiança".
"Frente a tal amplo criticismo persistente, condenações e demandas, seria demais expressar a esperança de que você escolherá o caminho correcto que está ganhando força de considerar deixar o cargo?", perguntou o activista.
Mandela e Kathrada estavam entre os oito membros do Congresso Africano Nacional sentenciados a prisão perpétua por tentar depor o governo do apartheid durante o conhecido Julgamento de Rivonia, em 1963 e 1964.
Na passada quinta-feira, 31, o Supremo Tribunal da África do Sul obrigou Jacob Zuma a reembolsar parte dos 16 milhões de dólares gastos com dinheiro público em obras na sua residência privada em Nkandla.
Ontem 1, num discurso na televisão, Zuma pediu desculpas e disse que pagaria parte do dinheiro, conforme ordenado, e que ele nunca conscienteou deliberadamente quis violar a Constituição.