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Comité do Congresso americano sugere que Donald Trump deve ser alvo de processo crime


Donald Trump discursa antes da invasão do Capitólio pelos seus apoiantes
Donald Trump discursa antes da invasão do Capitólio pelos seus apoiantes

Em causa seu envolvimento na tentativa de mudar os resultados eleitorais e no assalto ao Capitólio pelos seus apoiantes

O Comité do Congresso dos Estados Unidos que investigou o assalto de 6 de Janeiro do ano passado ao Capitólio em Washington recomendou nesta segunda-feira, 19, que o Departamento de Justiça processe criminalmente o ex-Presidente Donald Trump por tentar planear reverter ilegalmente a sua derrota nas eleições de 2020 e promover a violência para permanecer no poder.

Pela primeira vez na história dos Estados Unidos, um painel da Câmara dos Representantes, que integrou sete democratas e dois republicanos, insta por unanimidade os procuradores a apresentarem acusações contra um antigo Presidente.

O comité acusa Trump, que deixou o cargo em Janeiro de 2021, de incitar ou auxiliar a insurreição, de obstruir um procedimento oficial do Congresso quando se reuniu para certificar a vitória de Biden, conspirar para fraudar os Estados Unidos e conspirar para fazer uma declaração falsa.

As acções do painel, no entanto, não são vinculativas nem tem força legal para apresentar acusações criminais.

Entretanto, as suas conclusões podem reforçar e dar mais material às investigações criminais já em curso sobre Trump, bem como as conduzidas pelo procurador especial Jack Smith.

O painel também indicou cinco outros aliados de Trump - Mark Meadows, o último chefe de Habinete da Casa Branca, e os advogados Rudy Giuliani, ex-presidente de Nova Iorque, John Eastman, Jeffrey Clark e Kenneth Chesebro - como pltenciais alvos de investigações Departamento de Justiça.

Todos tentaram anular os resultados da eleição para manter Trump no poder.

O Comité afirma que o Comité de Ética da Câmara deveria investigar também as acções de quatro legisladores republicanos, incluindo o possível próximo presidente da Câmara, o congressista Kevin McCarthy, por causa da sua recusa em cumprir as intimações do painel.

Os demais republicanos citados foram os deputados Jim Jordan, Scott Perry e Andy Biggs.

O comité deve divulgar o relatório completo sobre a sua investigação de 18 meses na quarta-feira, 21.

Num resumo apresentado hoje, lê-se que as evidências do painel “levaram a uma conclusão absoluta e directa: a causa central de 6 de Janeiro foi um homem, o ex-Presidente Donald Trump, que muitos outros seguiram", e ainda "nenhum dos eventos de 6 de Janeiro teria acontecido sem ele”.

Ao abrir a 11ª e última audiência pública do painel, o representante Bennie Thompson, presidente do comité, disse que quando os eleitores americanos votam nas eleições, eles esperam que os candidatos aceitem o resultado, ganhando ou perdendo.

Mas Thompson disse que Trump “quebrou essa prática.

Ele disse que a “responsabilidade” de Trump pelas suas acções “só pode ser encontrada no sistema de justiça criminal”.

A vice-presidente do comité, a congressista republicana Liz Cheney, acusou Trump de “total falha moral” ao se tornar o primeiro Presidente americano a recusar-se a aceitar a transferência pacífica do poder e tentar “permanecer no cargo ilegalmente".

A investigação incluiu entrevistas a mais de mil testemunhas e a análise de um milhão de páginas de documentos relacionados às últimas semanas da Presidência de Trump e 10 audiências públicas.

Nestaa segunda-feira, os membros do painel narraram e mostraram vídeos de testemunhas importantes sobre o assalto, enquanto os legisladores começavam a certificar a vitória presidencial de Biden.

O antigo Presidente Donald Trump ainda não se pronunciou.

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