Combatentes mercenários russos foram vistos a passar pela cidade russa de Voronezh, avançando rapidamente em direcção a Moscovo, no sábado, depois de aparentemente terem tomado o controlo de Rostov-on-Don, uma cidade com mais de um milhão de habitantes, perto da fronteira com a Ucrânia.
Em Rostov, que é o principal centro logístico da retaguarda de toda a força de invasão russa, os residentes agitavam-se, gravando com telemóveis, enquanto os combatentes mercenários do Grupo Wagner, em veículos blindados e tanques de guerra, tomavam posições, noticiou a Reuters.
O chefe do Wagner, Yevgeny Prigozhin, afirmou que os seus combatentes entraram na cidade de Rostov-on-Don, no sul da Rússia, sem disparar um tiro e que ninguém foi morto durante o que ele chama de "marcha da justiça". As suas afirmações não puderam ser verificadas.
O Presidente russo Vladimir Putin prometeu esmagar aquilo a que chamou um motim armado, que comparou à Guerra Civil russa de há um século.
Um jornalista da Reuters viu helicópteros do exército russo abrirem fogo contra uma coluna armada da Wagner, com veículos de transporte de tropas e pelo menos um tanque num camião de caixa aberta, enquanto avançavam pela cidade de Voronezh. A cidade fica a cerca de 520 quilómetros a sul de Moscovo.
Em Moscovo, a segurança nas ruas foi reforçada. A Praça Vermelha foi bloqueada com barreiras metálicas.
"Ambições excessivas e interesses particulares conduziram à traição", disse Putin num discurso televisivo, comparando a insurreição numa altura de guerra no estrangeiro com a revolução russa e a guerra civil desencadeada durante a Primeira Guerra Mundial.
Putin avisou os mercenários do Grupo Wagner no sábado que um motim armado é traição e que qualquer pessoa que pegue em armas contra a Rússia será punida.
"Todos aqueles que deliberadamente enveredaram pelo caminho da traição, que prepararam uma insurreição armada, que enveredaram pelo caminho da chantagem e dos métodos terroristas, sofrerão um castigo inevitável, responderão perante a lei e perante o nosso povo", declarou Putin, qualificando a ação do grupo Wagner como uma "punhalada nas costas".
Um Prigozhin desafiador respondeu rapidamente que ele e os seus homens não tinham qualquer intenção de se entregarem.
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse que Putin tinha falado por telefone com os líderes da Bielorrússia, do Cazaquistão e do Uzbequistão e "informou os seus homólogos da situação".
O Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, afirmou num tweet que oferecia apoio a Putin e que estava pronto a ajudar a resolver o impasse entre a Rússia e o Grupo Wagner.
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