O exército moçambicano garante que todas as bases “conhecidas” dos terroristas já foram descobertas e desmanteladas.
A garantia foi dada pelo comandante do exército moçambicano durante uma reunião dos comandos das forças envolvidas nas operações militares nesta quarta-feira, 13, em Mocímboa da Praia, província de Cabo Delgado.
As chefias militares das forças de Moçambique, do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC) reuniram-se durante mais de quatro horas para conhecer o ponto de situação no teatro operacional norte, perspectivar as acções futuras e, sobretudo, melhorar a capacidade de coordenação na luta contra o extremismo violento.
“No distrito de Palma, e também no distrito de Mocimboa da Praia, aproximadamente 100 por cento das bases conhecidas do inimigo foram ocupadas pelas tropas conjuntas moçambicanas e ruandesas. Não se conhece formalmente nenhuma base que ainda prevalece ou que esteja uma área sob domínio dos terroristas. Na área de operações com a SAMIM (força da SADC), que é Macomia, Muidumbe e Nangade, também se apresenta da mesma forma. Não se conhece formalmente até agora nenhuma base que tenha sido indicada antes e que não tenha sido ocupada pelas nossas forcas”, disse Cristóvão Chume, comandante do Exército moçambicano, quem lembrou que o combate contra os terroristas ainda não terminou.
“Nós ainda continuamos a achar o teatro de operações complexo, uma vez que ainda temos áreas, aldeias onde o inimigo, em número de seis, sete, oito pessoas vão lá atacam, queimam aldeias, e matam cidadãos indefesos. Então, enquanto essa situação prevalecer, para nós não podemos considerar o teatro de operações livre do inimigo. Mas a situação que prevalecia até final do mês de Junho, já não é a mesma em que o inimigo tinha uma iniciativa de atacar as nossas forças, de atacar e ocupar espaços como aldeias, e tudo mais”, afirmou o comandante.
Chume reiterou que o objectivo agora é cortar todas as linhas de comunicação do inimigo entre o local onde se esconde e os locais onde há possibilidade de conseguir comida.
“É isso que estamos a trabalhar neste momento”, anunciou.
Por outro lado, as chefias militares de Moçambique, Ruanda e da SADC decidiram estabelecer um novo comando conjunto de operações, que vai ser dirigido por Maputo e que irá incluir equipas envolvendo elementos de todas as partes .
O comandante do exército de Moçambique admitou que a guerra pode “levar um ano, dois anos, três anos”.
“O que nós queremos é o aniquilamento total do inimigo. Se isto durar somente uma semana, estaremos satisfeitos. Mas o que vamos fazer é que o sofrimento do nosso povo não seja prorrogado por longos períodos de tempo. É isso que nós discutimos”, garantiu Cristóvão Chume, sem no entanto, revelar quantos terroristas foram capturados e mortos.
Ele concluiu que os que aterrorizam Cabo Delgado vão ser eliminados.