Milhares de russos entoaram o nome de Alexei Navalny nesta sexta-feira, 1, no momento em que decorria o funeral do líder da oposição, que morreu no dia 16.
As pessoas gritaram que não perdoarão as autoridades pela sua morte, enquanto a mãe e o pai de Navalny participavam num pequeno funeral, numa igreja de Moscovo cercada pela polícia.
Um padre ortodoxo presidiu à curta cerimónia, enquanto no exterior as pessoas que faziam fila à volta da igreja e que tinham sido impedidas de entrar batiam palmas e cantavam "Navalny! Navalny!".
Depois do caixão ter sido levado para fora, algumas pessoas entoaram "A Rússia será livre", "Não à guerra", "Rússia sem Putin", "Não esqueceremos" e "Putin é um assassino".
As autoridades proibiram um funeral público, considerando-o extremista, e classificaram os seus apoiantes como desordeiros apoiados pelos EUA que pretendem fomentar uma revolução.
A segurança na Igreja do Ícone da Mãe de Deus, um imponente edifício de cúpula branca no sudeste de Moscovo, onde decorreu a cerimónia, foi reforçada.
As pessoas que transportavam flores chegaram cedo para tentar entrar e os enlutados fizeram fila de forma ordeira enquanto esperavam pelo início da cerimónia.
O corpo de Navalny foi depois conduzido para o cemitério de Borisovskoye, a cerca de 2,5 km de distância, do outro lado do rio Moskva. O cemitério foi isolado com barreiras de proteção.
Mais de um quarto de milhão de pessoas assistiram aos acontecimentos no canal de Navalny no YouTube, que está bloqueado na Rússia.
Mensagens, na sua maioria de tristeza, mas também de desafio, foram transmitidas online no video da cerimónia do enterro.
Os aliados de Navalny fora da Rússia apelaram às pessoas que querem honrar a sua memória, mas que não puderam assistir ao seu funeral, para que se dirijam aos memoriais da repressão da era soviética nas suas próprias cidades hoje à noite, dia 1, às 19 horas locais.
As autoridades avisaram que qualquer reunião não autorizada de apoio a Alexei Navalny constitui uma violação da lei.
O funeral de Navalny realiza-se duas semanas antes das eleições presidenciais, em que se espera que Putin, líder supremo da Rússia há mais de 20 anos, ganhe facilmente um novo mandato de seis anos.
C/Reuters
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