David Lynch - o realizador inovador por detrás de “Mulholland Drive” e da série televisiva “Twin Peaks”, que ganhou um culto de seguidores pelos seus retratos inquietantes da vida americana - morreu. Tinha 78 anos de idade.
“É com profundo pesar que nós, a sua família, anunciamos o falecimento do homem e do artista, David Lynch”, lê-se numa declaração na sua página oficial do Facebook.
“Há um grande vazio no mundo agora que ele já não está entre nós. Mas, como ele diria, 'Mantém os olhos no donut e não no buraco'”.
A causa e o local da morte não foram especificados. Lynch, que vivia em Los Angeles, sofria de enfisema após anos de fumar intensamente.
Surgiu na cena indie norte-americana com o seu inovador filme de terror de 1977, “Eraserhead”, um clássico arrepiante e agora de culto, filmado com um orçamento reduzido ao longo de cinco anos, porque estava sempre a ficar sem dinheiro e tinha uma mulher e uma filha para sustentar.
Lynch conquistou um público devoto com filmes adorados pela crítica, incluindo o mistério sadomasoquista “Veludo Azul” (1986) e o thriller surrealista “Mulholland Drive” (2000).
Mas talvez seja mais recordado pela sua hipnotizante série televisiva dos anos 90, “Twin Peaks”, que foi pioneira no género de box-sets, décadas antes da era do streaming.
Seria difícil olhar para a lista de programas de televisão numa determinada estação sem encontrar vários que têm uma dívida criativa para com “Twin Peaks””, afirmou The Atlantic em 2016 num artigo que saudava a sua influência em realizadores como Quentin Tarantino e os irmãos Coen.
Nomeado para os Óscares quatro vezes, incluindo um trio de nomeações para Melhor Realizador, o cineasta reconhecível pelo seu cabelo branco levou para casa apenas uma estatueta honorária, em 2019.
“Está um dia lindo, com sol dourado e céu azul até ao fim”, diz a declaração da sua família, fazendo referência às publicações online regulares e caprichosas de Lynch sobre o tempo.
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