Mais de cinco mil trabalhadores da empresa diamantífera Endiama no Cuango, na província angolana da Lunda Norte, pedem ajuda ao Presidente da República para que o Estado pague a indemnização a que dizem ter direito desde 1992, altura em que a empresa fechou as portas.
Sem qualquer resposta da sede da empresa e da administração do Cuango, que diz não ter autorização para falar, os trabalhadores receberam recentemente a visita de deputados da UNITA que prometem apresentar um relatório sobre a situação na Assembleia Nacional.
Agora, querem que João Lourenço assuma o assunto e responda a essa “dívida” do Estado de há 26 anos.
Um trabalhador disse à VOA que ele e os seus colegas construíram tudo o que a Endiama tem hoje "mas, apresar de terem reclamado em todos os lugares, ninguém respondeu".
“Estas coisas todas só beneficiaram os chefes e apesar de a empresa ser do Estado, o Estado não nos paga e estamos morrer à toa sem nada, nem hospitais, nem água", acrescentou a mesma fonte.
Outros trabalhadores faleceram à espera da indemnização e os órfãos e viúvas clamam pelos seus direitos.
Albertina diz que o marido dela trabalhou na empresa e morreu, "mas só recebemos mentiras”.
Alberto Paulo, outro trabalhador, quer que “Sua Excelência o Presidente da República João Lourenço acompanhe a reclamação dos trabalhadores do Cuango da Endiama porque alguns estão paralíticos, outros morreram e ninguém se responsabiliza”.
O assessor da bancada parlamentar da UNITA Figueiredo Mateus garante que o seu grupo vai apresentar um relatório na Assembleia Nacional sobre a situação.