O Presidente angolano colocou ênfase na esperança de soluções em curso para colocar fim a vários conflitos em África, ao intervir neste domingo, 19, na 36a. Assembleia da União Africana (UA), que terminou hoje em Addis-Abeba, na Etiópia.
“O panorama actual em Moçambique é consideravelmente mais tranquilo e estável, por força da pronta reacção da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral, na sigla inglesa), que accionou imediatamente e com os resultados positivos que hoje conhecemos a Força Conjunta em Estado de Alerta da SADC, que actua em coordenação com as Forças Armadas Moçambicanas”, afirmou João Lourenço, lembrando que Moçambique tem sido confrontado "com acções violentas em grande escala, desencadeadas por grupos armados extremistas, com o objectivo de impor os seus ideais pela força, retardando assim as perspetivas de desenvolvimento deste país da África Austral”.
Ele também apontou os “esforços regionais conduziram à adopção do Roteiro Conjunto para a Paz na República Centro Africana (RCA), mais conhecido por Roteiro de Luanda, que definiu alguns eixos de actividade, dos quais destacou o cessar-fogo e o Desarmamento, Desmobilização, Reintegração e Repatriamento, que ajudaram no seu conjunto a criar um clima de maior distensão e compreensão”.
Lourenço salientou o papel de Luanda com um conjunto de iniciativas que tem procurado "convencer as lideranças dos vários grupos armados que actuam no país, a abandonarem a rebelião e a estabelecerem residência fora do território centro-africano”.
Nesse sentido, ele afirmou que a situação actual da RCA é bastante melhor do que a que se registava no ano de 2020”.
Diálogo político interno na RDC
Quanto ao conflito no leste da República Democrática do Congo (RDC), João Lourenço assinalou a mini-cimeira sobre a Paz e a Segurança na Região de Leste que juntou na mesma mesa, entre outros, os Presidentes congolês, Félix Tshisekedi, e do Ruanda, Paul Kagame, na qual os dois países “reiteraram a necessidade de promover o diálogo político interno e diplomático para encontrar uma solução duradoura à crise de segurança em toda a região lestes” da RDC.
Na sua intervenção, João Lourenço ainda detacou os primeiros sinais do entendimento alcançado entre a Etiópia e a Frente Popular de Libertação do Povo Tigray, os “progressos satisfatórios” no Sudão do Sul e no Sudão, os processos de transição no Chade, Guiné e Burkina Faso, países onde os vários actores políticos "têm procurado demonstrar cada vez mais a sua vontade e capacidade de ultrapassar as divergências existentes entre as diferentes partes envolvidas, com vista a uma saída negociada da crise e ao regresso à normalidade democrática”.
Estas notícias, disse o Chefe de Estado angolano, devem “animar-nos a prosseguirmos todos os esforços possíveis com vista a consolidarmos os processos de pacificação que se vão desenrolando de forma bastante positiva”, apesar de, segundo Lourenço, persistirem no Mali e na Líbia “diferenças bastante marcantes entre os principais actores envolvidos no esforço de busca de soluções para os problemas que enfrentam".
O Presidente angolano, considerado o campeão da paz na anterior Cimeira da UA concluiu dizendo que essa "tarefa só poderá ser realizada com êxito se existir empenho de todas as partes".
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