O golpe de Estado na Guiné-Conacri divide opiniões de cidadãos daquele país na Guiné-Bissau, onde radica uma grande comunidade e com um peso sensível na economia nacional, que seja com muito interesse a situação política no país vizinho.
Mamadu Alfa Djaló, cidadão da Guiné-Conacri, emigrou para Guiné-Bissau em 2007 e diz não discordar-se do golpe de Estado que afastou Alpha Condé do poder.
"Ele não fez nada daquilo que nos tinha prometido desde 2010. Ele nos enganou. Mas, aí chegou o dia", sustenta Djaló.
Posição semelhante tem Mamasaliu Baldé, que vive na Guiné-Bissau há 17 anos.
Ele defende uma transição política de um ou dois anos e "que sejam feitas eleições e que o vencedor lidere o país".
De referir que a Guiné-Bissau tem sido palco de disputas políticas nos últimos 10 anos entre os partidários do Presidente deposto, Alpha Condé, e o seu maior opositor Sellou Dalein Diallo.
Lamarana Djaló, um outro cidadão conacri-guineense, a viver na Guiné-Bissau há 7 anos, discorda do golpe de Estado, mas afirma conformar-se com a acção dos militares.
"Eu discordo, mas se algo acontecer é porque deve haver motivo", sustenta.
O Governo da Guiné-Bissau, segundo o ministro do Turismo e porta-voz, Fernando Vaz, não se pronuncia sobre a situação em Conacri, mas acompanha e reforçou a fronteira entre os dois países.