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Chuvas fortes no Quénia afectam dezenas de milhares de pessoas


Um homem atravessa as águas das cheias ao longo de uma rua na sequência de fortes chuvas no distrito de Kisauni, em Mombaça, no Quénia.
Um homem atravessa as águas das cheias ao longo de uma rua na sequência de fortes chuvas no distrito de Kisauni, em Mombaça, no Quénia.

O Quénia anunciou no domingo que dezenas de milhares de pessoas em todo o país foram afetadas por fortes chuvas, inundações e deslizamentos de terra que também interromperam os serviços de carga no porto de Mombaça.

Nas últimas semanas, o Corno de África tem sofrido chuvas intensas ligadas ao fenómeno meteorológico El Niño, que já causou dezenas de mortes, incluindo pelo menos 46 em várias partes do Quénia.

O Vice-Presidente Rigathi Gachagua disse que pelo menos 80 mil famílias no Quénia tinham sido afectadas "com números que aumentam todos os dias".

Peões atravessam uma rua inundada na sequência de fortes chuvas no distrito de Kiembeni, em Mombaça, Quénia, a 17 de novembro de 2023.
Peões atravessam uma rua inundada na sequência de fortes chuvas no distrito de Kiembeni, em Mombaça, Quénia, a 17 de novembro de 2023.

Rigathi Gachagua afirmou que o governo estava a reagir para "salvar o nosso povo", incluindo com helicópteros e outros serviços de emergência para prestar ajuda e resgatar famílias desalojadas.

"Esta situação continua a ameaçar vidas", afirmou num comunicado divulgado no domingo, instando o público a evitar as inundações e a evacuar as casas nas zonas baixas.

A precipitação deverá prolongar-se até ao primeiro trimestre do próximo ano, acrescentou.

As autoridades disseram que nove pessoas morreram na região costeira desde a semana passada, incluindo dois passageiros de um carro pertencente à Autoridade Tributária do Quénia que foi arrastado de uma ponte inundada no condado de Kwale na sexta-feira de manhã.

"Uma equipa de várias agências, liderada pelo Serviço da Guarda Costeira do Quénia, está no local a tentar recuperar os corpos", informou o Ministério do Interior no domingo.

Os caminhos-de-ferro do Quénia afirmaram que as inundações e os deslizamentos de terras causaram um "atraso inesperado" nas entregas no porto de Mombaça e ao longo da linha ferroviária de carga para Nairobi.

"Consequentemente, isto afectou as operações normais dos comboios, incluindo as transferências de carga, o carregamento e as actividades de descarregamento no porto de Mombaça", afirmou a empresa ferroviária estatal num comunicado publicado no sábado no X, antigo Twitter.

Um deslizamento de terras num troço da linha entre Mombaça e Nairobi provocou "o encerramento desse troço para todos os comboios de mercadorias", mas os serviços limitados de passageiros continuavam a circular, acrescentou.

Mombaça, a segunda maior cidade do país, e o seu porto e linha ferroviária de carga servem não só o Quénia mas também os países vizinhos sem litoral, incluindo o Uganda, o Sudão do Sul e o Ruanda.

A organização britânica Save the Children afirmou na quinta-feira que mais de 100 pessoas, incluindo 16 crianças, morreram e mais de 700.000 foram forçadas a abandonar as suas casas no Quénia, Somália e Etiópia devido a inundações repentinas.

O número de pessoas deslocadas devido às fortes chuvas e inundações na Somália "quase duplicou numa semana", atingindo 649.000, afirmou a agência humanitária das Nações Unidas OCHA nos seus últimos dados publicados no sábado.

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