Comunidades rurais na província angolana da Huíla estão a sentir algum alívio do espectro da fome, fruto da colheita que começam a ter durante a actual campanha agrícola.
Na comuna de Chituto, no município da Cacula, apesar da ameaça provocada em dado momento pela irregularidade das chuvas, a colheita do milho e outros produtos do campo estão a devolver esperança às famílias.
Augusto Gil, agricultor, olha sobretudo pelos momentos conturbados de fome vividos em 2021 para dizer que o pior pode ter ficado para trás.
“O primeiro milho de Novembro já está pronto, agora estamos a tentar semear feijão, batata-doce, então, é bom sinal. Se a chuva continuar a cair vamos ter boa colheita? Sim vamos ter boa colheita”, alegra-se.
Quem partilha da mesma ideia é Lourenço Daniel, também agricultor quem revela que, por causa da seca dos últimos anos, a cultura do massango na presente época agrícola é uma lição retirada dos períodos de escassez de água.
“Nos tempos anteriores, nessas áreas não cultivamos o massango, mas a seca deu-nos uma lição e começamos a cultivar massambala, feijão-frade e outras culturas”, afirma.
Entretanto, uma avaliação completa só será feita no final da presente campanha agrícola, mas o director provincial da Agricultura e Pescas, Pedro Conde, acredita no aproveitamento de alguma safra com a retoma das chuvas.
“Voltamos a fazer outro levantamento e detectamos que as culturas voltaram ao seu estado normal vegetativo. O balanço que podemos fazer neste momento é positivo, apesar de que em algumas localidades como da Humpata, Chibia e Gambos houve algum período prolongado de estiagem”, diz.
Nos municípios do norte e leste da Huíla, tidos como referência no cultivo e produção de milho em grandes quantidades, estão a ser ensaiadas na presente época sementes resistentes a longos períodos de escassez de água.