Um magnata do mercado imobiliário chinês aposentado que criticou o presidente Xi Jinping pela forma como lidou com a pandemia de COVID-19 foi condenado a 18 anos de prisão sob acusações de corrupção.
O Tribunal Intermediário nº 2 de Pequim anunicou esta terça-feira que Ren Zhiqiang, de 69 anos, foi considerado culpado de desvio de 16 milhões de dólares da empresa estatal que chefiava, de suborno e abuso de poder que custaram à empresa cerca de 17 milhões de dólares de prejuízo. O tribunal disse que Ren confessou todas as acusações e não apelaria da sentença.
O magnata também foi multado em mais de 600 mil dólares.
Ren foi detido em março após publicar um ensaio criticando o presidente Xi por causa de um discurso que ele proferira para 170 mil funcionários no mês anterior sobre os esforços do governo para responder ao surto, que foi detectado pela primeira vez em dezembro de 2019 na cidade central de Wuhan.
Embora não tenha mencionado o nome de Xi, o ex-empresário escreveu que “viu não um imperador exibindo as suas roupas novas, mas um palhaço que se despiu e fez questão de ser imperador”.
Ele também criticou a conferência por não divulgar informações sobre a pandemia e não responsabilizar ninguém.
Ren foi expulso do Partido Comunista em julho e, finalmente, acusado pelas autoridades de Pequim de usar indevidamente fundos oficiais para despesas pessoais.
Ren já tivera antes conflitos com o partido no poder, depois de criticar abertamente o partido por uma supressão da liberdade de expressão e exigências de lealdade partidária completa.