O primeiro-ministro chinês, Li Qiang, concordou com o presidente sul-coreano, Yoon Suk Yeol, este domingo, 26, em lançar um diálogo diplomático e de segurança e retomar as negociações de livre comércio, ao mesmo tempo que vão discutir as tensões em torno de Taiwan com o primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida.
Os três líderes realizaram reuniões bilaterais em Seul, um dia antes da primeira cimeira dos três vizinhos asiáticos em mais de quatro anos.
Yoon disse a Li que a Coreia do Sul e a China devem trabalhar em conjunto não só para promover interesses partilhados baseados no respeito mútuo, mas também em questões regionais e globais para enfrentar desafios comuns, citando a invasão da Ucrânia pela Rússia, o conflito Israel-Hamas e as incertezas económicas globais.
Yoon pediu à China que desempenhe um papel maior como membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, especialmente porque a Coreia do Norte continua a desenvolver mísseis nucleares e a aumentar a cooperação militar com a Rússia, dizendo que outro lançamento de satélite espião, usando tecnologia de mísseis balísticos intercontinentais, é iminente.
Li disse a Yoon que os seus países deveriam opor-se à transformação de questões económicas e comerciais em questões políticas ou de segurança, e deveriam trabalhar para manter cadeias de abastecimento estáveis, informou a agência de notícias estatal chinesa Xinhua.
Li afirmou ainda que a China está pronta para fortalecer a cooperação em manufatura de alta qualidade, novas energias, inteligência artificial, biomedicina e outros campos.
A China expandirá ainda mais o acesso ao mercado, fortalecerá as garantias para o investimento estrangeiro e acolherá com satisfação que mais empresas sul-coreanas façam negócios no país, disse ele.
Numa reunião separada com o presidente da companhia Samsung, Jay Y. Lee, Li encorajou a gigante tecnológica coreana a aumentar o seu investimento na China.
A China e o Japão concordaram em realizar uma nova ronda de diálogo económico bilateral de alto nível num momento apropriado, de acordo com a televisao oficial chinesa.
Os três vizinhos concordaram em realizar cimeiras anuais a partir de 2008, mas disputas bilaterais e a pandemia da COVID-19 perturbaram a iniciativa, tendo a última cimeira tripartida sido realizada no final de 2019.
Yoon, Li e Kishida deverão adotar uma declaração conjunta sobre seis áreas, incluindo economia e comércio, ciência e tecnologia, intercâmbios interpessoais e saúde e envelhecimento da população, disseram as autoridades de Seul.
A cimeira ocorre num momento em que a Coreia do Sul e o Japão têm trabalhado para reparar os laços afetados por disputas históricas, ao mesmo tempo que aprofundam uma parceria de segurança trilateral com os Estados Unidos, no meio da sua crescente rivalidade com a China.
Pequim já alertou anteriormente que os esforços dos Estados Unidos para elevar ainda mais as relações com a Coreia do Sul e o Japão poderiam fomentar tensões e confrontos regionais.
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