O cantor angolano Chico Montenegro está a reclamar pela falta de apoios pelo Ministério da Cultura aos músicos das gerações de 50, 60, 70 e 80 do século passado.
“Estou incrédulo com o Ministério da Cultura. Os músicos do passado vivem como pedintes. Ao que parece a cultura tem dado mais espaços aos kuduristas, porque com eles o dinheiro é mais rápido de se conseguir, porque os cantores desde género têm rimas disparatadas e cantam para um povo alcoólatra e analfabeto”. Desabafa o músico.
O artista diz sobreviver hoje quando é convidado para algum espaço cultural para actuar individualmente ou com alguns conjuntos musicais onde tem prestado colaboração. Conjunto Angola 70 ou os Gloriosos do Prenda são alguns exemplos.
Chico Montenegro revela que está a trabalhar com muitas dificuldades na gravação de um CD que vai contar com 12 faixas musicais e vai reunir sucessos do passado e algumas novas canções, mas para que o primeiro passo fosse dado teve que contar com apoios de alguns amigos de boa vontade. “ Caso tudo corra bem o disco será lançado no final do 1º Semestre de 2016”. Garante o músico.
Chico Montenegro (Francisco Miguel António) nasceu em 1952 no antigo Bairro Novo, Hoje Neves Bendinha,, em Luanda. Iniciou-se nas lides musicais no coro da Igreja Metodista tocando Bongos onde aprendeu também a tocar o tambor, as tarolas.
Com o amigo Tony do Fumo, Chico Montenegro entra no grupo de Carnaval "Kasolas do Prenda". Em 1965, com Very Nice (tamborista), António do Fumo (vocalista), ambos já falecidos, Zé Keno (guitarrista), Cangongo (viola-baixo) formam a banda Jovens do Prenda.
No seu repertório destaca-se temas como "Passagem do Rio", "Jienda Ya Luanda", "Longa Marcha", " Monami", "Angui Nzembe", "Bolero Jovem", "Papá Papá", " Isabel", "Lamento de um Filho",“Teté”, Gienda”, entre outras.
Na sua carreira artística, de mais de 40 anos, Chico Montenegro integrou vários conjuntos, de realçar os Jovens do Katambor, Os Sembas, Fapla Povo, Merengues, Conjunto Angola 70, Os Gloriosos do Prenda.