O Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC) vasculhou dois domicílios relacionados com o antigo ministro das Finanças, Manuel Chang, para apurar se terá sido subornado pela brasileira Odebrecht, que construiu o Aeroporto Internacional de Nacala.
Segundo a “Carta de Moçambique”, os oficiais procuraram documentos que provem que Chang terá recebido 250 mil dólares da Odebrecht, valor que é apontado na investigação inicial do GCCC.
A vasculha foi ontem, 12, na casa de Chang, em Tchumene, na cidade da Matola; e na do seu genro, Ingilo Dalsuco,no bairro do Triunfo, cidade de Maputo.
Ligado ao mesmo caso, foi detido, faz dois meses, o antigo ministro dos Transportes, Paulo Zucula, acusado de ter recebido 135 mil dólares de suborno.
Executivos da Odebrecht admitiram à justiça americana práticas corruptas em várias partes do mundo, incluindo Moçambique.
Consta que a Odebrecht declarou ter pago 900 mil dólares a figuras do governo de Maputo e não se sabe ainda quem além de Chang e Zucula beneficiou.
O Aeroporto de Nacala, segundo maior e mais moderno do país, é alvo de criticas por não ter tráfego aéreo relevante. A infrasestrutura custou, pelo menos, 125 milhões de dólares, financiados pelo Brasil. Foi inaugurado em 2014.
Recorde-se que Chang continua detido na África do Sul, onde está em julgamento o processo da sua extradição no caso “Dividas Ocultas”, a pedido dos Estados Unidos.
A próxima sessão será a 16 de Outubro, um dia depois das eleições gerais de Moçambique.