A Confederação dos Sindicatos da África do Sul (Cosatu), está a procurar recuperar a sua imagem e credibilidade perdidas nos últimos anos, por causa de interferência política.
Os líderes da Cosatu, maior organização sindical do país, têm estado mais preocupados com a autopromoção política no governo, abandonando a sua génese, que é a defesa dos interesses dos trabalhadores em vários sectores da economia mais industrializada do continente africano.
O presidente da Cosatu, Sdumo Dlamini, apelou à unidade entre vários filiados da organização e ao respeito pela massa laboral.
Dlamini disse que os membros de grupos sindicais deverão abandonar a cultura violenta e posse de armas brancas nas manifestações, porque têm resultado em mortes e feridos, como aconteceu na greve dos mineiros de Marikana, há três anos, em que cerca de 45 pessoas, entre grevistas, agentes da polícia e membros de segurança privada, foram mortas.
Mas Dlamani disparou salvas de palavras ofensivas contra os Estados Unidos, acusando este país de aliciar alguns sul-africanos com dinheiro para se rebelarem contra o seu governo.
Alertou para terem muito cuidado com o dinheiro que recebem dos americanos, porque não há nada de borla.
"Não se pode vender a alma," disse Dlamini na plenária do congresso extraordinário da Cosatu.
Esta parte do discurso gelou alguns membros do governo sul-africano presentes na sala, por causa de eventuais implicações nas relações com os Estados Unidos.
Cosatu é um aliado natural dos partidos Comunista e Congresso Nacional Africano, no poder. Esta aliança tripartida enfrenta grandes desafios por causa de divisões internas.