Centenas de jovens são-tomenses marcharam na manhã desta segunda-feira, 3, da Praça da Independência até à Praia de Fernão Dias, no norte da ilha de São Tomé, um dos locais onde morreram centenas de nativos torturados pelas tropas coloniais há 72 anos, no chamado massacre de “Batepá”
Uma caminhada de cerca de 15 quilómetros até o local do ato central por ocasião da data, presidido pelo Chefe de Estado, Carlos Vila Nova.
A 3 de fevereiro de 1953, a tentativa de forçar a população nativa do arquipélago a trabalhar como serviçais contratados nas roças e nas obras públicas esteve na origem do massacre conduzido pelo então governador colonial Carlos Gorgulho.
Não se sabe ao certo quantos morreram, mas os documentos falam em perto de 1000 pessoas.
As vítimas da brutalidade colonial se transformaram em heróis pela liberdade da pátria.
Analistas e historiadores lamentam que as novas gerações tenham pouco conhecimento do acontecimento que terá despertado os nacionalistas para a criação do movimento que conduziu o país à independência em 1975.
“Na escola só fazem um resumo bem leve daquilo que foi o massacre. É triste. Somos naturais daqui e devemos saber tudo o que aconteceu”, lamentou um aluno do 12º ano, sublinhando que “se não conhecemos o nosso passado, fica difícil entender o presente e perspetivar o nosso futuro”.
Natália Umbelina, professora de história e cultura na Universidade de São Tomé, defende que as informações sobre o massacre de 1953 transmitidas aos alunos do 12º ano deveriam ser ensinadas desde o primeiro nível de ensino.
“É preciso criar um espírito patriótico e isto deve começar de nós” disse Umbelina, que criticou a ausência da história nacional no currículo do ensino básico.
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