Centenas de cabo-verdianos foram às ruas nesta sexta-feira, 19, na cidade da Praia manifestarem o seu desagrado pela situação no país, em resposta a um pedido da Rede de Associações Comunitárias e Movimentos Sociais da Praia (RACMS).
“Sima nu sta nu ka podi fica”, que significa em português “Como estamos não podemos continuar”, foi o gritoi de pouco mais de cinco centenas de pessoas que deram voz ao seu desagrado com o “estado da nação que não é o que os cabo-verdianos merecem”, como dizia um dos slogans.
Entre os muitos problemas elencados, os manifestantes destacaram a falta de transportes, deficiente situação sanitária, alto nível de desemprego e a discrepância salarial entre os membros do Governo e altos dirigentes da Administração Pública e as classes mais baixas, entre muitos outros.
O porta-voz da RACMS disse à imprensa que foi uma manifestação da sociedade civil que está descontente com a situação do país, sem qualquer tipo de partidarização, e cuja missão foi “chamar a atenção” das autoridades.
Bernardino Gomçalves afirmou que “a situação é cada vez mais insustentável para os cidadãos, sobretudo aqueles que dispõem de escassos recursos financeiros” e, a cada vez mais, pede-se aos cidadãos contenções e exigências, o que infelizmente “não tem correspondência nas decisões e nos actos de gestão”.
Ante a fraca adesão das pessoas, aquele activista lamentou que não haja uma verdadeira consciência da democracia em Cabo Verde, cuja socidedade é “politicamente fraca” e destacou que “as pessoas sabem que podem ter consequências mas, mesmo assim.
Tanto participantes como muitos interanautras estranharam a pesado aparato policial, que para muitos nunca foi vista no país.
O cordão policial não permitiu, por exemplo, aos manifestantes aproximarem-se do Palácio do Governo e da Assembleia Nacional.