Luanda e os principais centros urbanos de Angola continuam a ser os destinos preferidos de muitos cidadãos do interior do país que abandonam as suas áreas de origem à procura de melhores condições de vida.
Dados do Censo 2014, publicados na segunda-feira, 9, mostram que pouco mais de meio milhão de angolanos mudaram de província nos últimos cinco anos, dos quais cerca de 240 mil nos últimos 12 meses antes do Censo.
Segundo o documento, o maior destino dos migrantes internos é as áreas urbanas, sobretudo na província de Luanda.
O líder da organização não governamental SOS Habitat considera que, enquanto o Estado não criar condições que permitam a fixação da população no interior, a fuga das pessoas para as cidades vai continuar.
Rafael Morais entende que o êxodo rural é, em parte, responsável pela desintegração das famílias e das difíceis condições sanitárias e de habitabilidade nas grandes cidades angolanas, em especial a capital, Luanda.
Mais de um milhão de imigrantes
Quanto à imigração, os dados do Censo revelados ontem indicam que mais de um milhão de pessoas entraram no país nos últimos cinco anos, ou seja antes da realização do recenseamento da população, e permaneceram por pelo menos seis meses, segundo uma estimativa dos dados de 2014.
De acordo com os pressupostos da migração, a projecção da população 2014/2050, publicada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE), registou uma grande intensidade migratória naquele período devido à dinâmica socioeconómica.