A delegação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que esteve em Bissau, nos últimos dias, ameaça com novas sanções se antes do dia 23 de Junho, data do fim do mandato do Presidente da República, não for nomeado um novo primeiro-ministro.
“A delegação reafirma a sua determinação, recomendando novas sanções a todos os que são responsáveis pelo bloqueio de normalização", disse o presidente da Comissão da CEDEAO, Jean-Claude Kassi Brou .
Para a delegação da organização sub-regional, o novo primeiro-ministro deve ser aquele que for indicado pelo partido vencedor das eleições, neste caso, o PAIGC.
Na leitura do comunicado final, Brou, disse que a missão registou “uma inquietação decorrente de um clima de incerteza” e que registou a falta de progressos quanto à recomendação deixada a 30 de Abril.
“O Comité ministerial insiste de novo junto de todos os actores políticos legitimados pelo povo para trabalharem e encontrar saídas consentâneas à crise o mais rápido possível através da nomeação, antes de 23 de junho, do novo primeiro-ministro indicado pelo partido que detém a maioria no parlamento e a formação, no mesmo prazo, do novo governo”, concluiu.
A ameaça de sanções da CEDEAO visa os autores que, no seu entender, estariam a obstruir o processo da normalização democrática do país.
Em Fevereiro de 2018, a CEDEAO aplicou sanções a 19 personalidades guineenses por, segundo a organização, obstruírem a implementação do Acordo de Conacri.
Da lista constavam, entre outros, o secretário-geral do PRS, Florentino Mendes Pereira, dois procuradores-gerais da República, vários elementos do chamado “grupo dos 15”, hoje MADEM-G15, entre eles o seu coordenador Braima Camara, e um filho do Presidente da República, José Mário Vaz.