Os 15 países membros da Comunidade Económica e de Desenvolvimento da África Ocidental, CEDAO, impuseram hoje sanções económicas e de viagem aos novos líderes militares do Níger e ameaçaram usar a força se o presidente Mohammed Bazoum não voltar ao poder.
Isto enquanto na capital nigerina apoiantes da junta que derrubou Bazoum queimaram bandeiras francesas e atacaram a embaixada da França tendo a polícia disparado gás lacrimogénio para os dispersar.
Imagens nas redes sociais mostra muros da embaixada a arderem e pessoas a serem levadas em ambulâncias com ferimentos nas pernas.
Numa cimeira de emergência realizada na Nigéria os dirigentes da CEDAO pediram a restauração da ordem constitucional avisando de represálias se isso não for feito.
“Essas medidas podem incluir o uso da força”, disse um comunicado que acrescentou que entidades ligadas à defesa se vão reunir de imediato para discutir essa questão.
A CEDAO e ainda a União Económica e Monetária da África ocidental encerraram de imediato as fronteiras com Níger, suspenderam todos os vôos comerciais de e para o país, as transacções financeiras e ajuda e congelaram os bens do Níger.
Um porta-voz da junta militar tinha anteriormente afirmado que a cimeira da CEDAO tinha como objectivo “aprovar um plano de agressão contra o Níger... em colaboração com outros países africanos que não são membros da CEDAO e com certos países ocidentais”.
“Queremos lembrar à CEDAO e qualquer outro aventureiro da nossa firme determinação de defender a nossa pátria”, disse o porta-voz.
A junta militar apelou a manifestações a seu favor e na capital apoiantes dos militares atacaram a embaixada da França.
A presidência francesa emitiu um comunicado afirmando que qualquer ataque contra cidadãos franceses ou seus interesses “irá provocar uma resposta imediata e sem compromisso da França”.
Ontem o secretário de Estado americano Antony Blinken manteve conversações telefónicas com o Presidente da Nigéria Bola Tinubu com quem discutiu o golpe de estado no Níger.
Um comunicado disse que Blinken tinha agradecido ao presidente nigeriano pela sua “liderança” nesta crise e “sublinhou o seu apoio aos esforços contínuos do Presidente Tinubu para restaurar a ordem constitucional no Níger”.
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