A Procuradoria Geral da República (PGR) de Angola assegura que tudo está a fazer para recuperar os 900 milhões de dólares congelados na conta do empresário Carlos Sao Vicente, antigo presidente da seguradora AAA, na Suíca, e assegura que mais pessoas poderão ser ouvidas no caso que envolve o marido de Irene Neto, filha do primeiro Presidente angolano.
São Vicente está em prisão preventiva na cadeia de Viana desde ontem, 23, depois de ter sido ouvido por mais de nove horas.
Em entrevista à VOA, o porta-voz da PGR, Alvaro João, assegura que outras individualidades ligadas ou não à Sonangol deverão ser ouvidas, mas devido ao segredo de justiça os nomes não podem ser revelados.
"Neste momento estamos a procurar concluir o processo, o mais rápido possível, ouvindo outros intervenientes, outras pessoas que eventualmente venham a ser notificadas e reunir provas necessárias para a introdução (do mesmo) em tribunal”, explica João, acrescentando que a PGR está também a fazer uma investigação ao património dos envolvidos.
Questionado sobre a recuperação do dinheiro no exterior, Álvaro João lembra que não “vai ser a primeira vez que recuperamos valores na Suíça e que depois serviram ao país para a construção de escolas”.
O porta-voz revela que para despoletar o caso na Suíca, “foi preciso que a
PGR tomasse alguma iniciativa, no âmbito da cooperação internacional que existe, por isso o processo de congelamento” das contas de São Vicente naquele país europeu.
“Agora para manter os valores congelados, eles têm a garantia da existência de processos cá e só depois de resolvidos os processos aqui é que os valores poderão ser soltos ou não”, acrescenta Álvaro João, que acredita que uma sentença judicial no país vai permitir “trazer esses valores para Angola".
Recorde-se que a esposa de São Vicente, Irene Neto, também teve as contas congeladas em Angola e a PGR enviou cartas rogatórias às suas congéneres em Portugal e Luxemburgo a pedio congelamento de bens e contas dela naqueles países.