Analistas em Luanda suspeitam das motivações das autoridades com o anúncio de um suposto grupo que planeou destruir objectivos estratégicos no país. Para falar sobre o assunto, ouvimos o porta-voz do Serviço de Investigação Criminal, Manuel Halaiwa, o jurista Manuel Cangundo e o analista político, Agostinho Sikato.
O anúncio feito na última semana pelas autoridades angolanas sobre o desmantelamento de um suposto grupo, a quem recaia um plano para atacar alvos estratégicos durante visita do ex-Presidente, Joe Biden a Angola, está ser motivo de acesos debates e cenários de muita preocupação sobre os próximos capítulos deste caso.
Para muitos analistas, 60 toneladas de explosivos como foi divulgado, não é mais se não uma espécie de balão de ensaio para o que estará sendo “cozinhado” pelos partido no poder contra a oposição e demais vozes dissonantes em 2027.
As autoridades angolanas afirmam, que foram identificados "indícios da existência de uma suposta organização subversiva de matriz angolana com prováveis ramificações no exterior do país".
Segundo ainda as autoridades, durante a investigação, que contou com órgãos de inteligência nacionais e internacionais e das Forças Armadas Angolanas, o serviço de investigação criminal diz terem identificado "uma estratégia" para atingir algumas instituições e também objetivos estratégicos do estado angolano, nas províncias de Luanda e do Huambo.
Para os analistas mais pessimistas, esta informação pode ser uma estratégia para desestabilizar a liderança de Adalberto Costa Júnior, tendo em vista o próximo congresso da Unita. Apontam ainda como outros cenários por trás desta revelação, a sobrevivência política de João Lourenço.
E a Ordem dos Advogados de Angola, também veio a público, esta semana para manifestar o seu mais veemente repúdio à prática recorrente de exposição pública de possíveis suspeitos de crimes, uma acção que, segundo a ordem, contraria de forma flagrante os princípios e direitos garantidos pela Constituição da República de Angola.
Ainda na senda deste caso, a Frente de Libertação do Estado de Cabinda (FLEC) emitiu um comunicado a desmentir com veemencia as recentes declarações do porta-voz do serviço de investigação criminal, segundo as quais, a FLEC, estaria associada a suposta intenção de um grupo angolano em atacar alvos na capital, Luanda.
Entretanto, o porta-voz do serviço de Investigação criminal, Manuel Halaiwa, falando em conferência de imprensa, na última semana, confirmou a detenção de sete indivíduos, supostamente envolvidos neste plano subversivo que, segundo as autoridades, têm ramificações internacionais.
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