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Casamentos precoces e assédio sexual nas escolas disparam o alarme em Moçambique


Agira Correia casou-se aos 16 anos.
Agira Correia casou-se aos 16 anos.

O assédio sexual nas escolas por parte dos professores continua a ser denunciado e é um fenómeno crescente em Moçambique.

Em troca, os professores oferecem a passagem de ano, facto que, de acordo com muitas meninas, tem o conluio das próprias alunas.

O tema esteve em debate na Terceira Conferência Nacional da Rapariga que decorreu na cidade de Nampula.

Dados apontam que mais de 1.500 raparigas já sofreram assédio sexual só este ano no país.

Diferentes organizações da sociedade civil mostraram, na conferência, a sua preocupação também em relação aos casamentos prematuros e defendem a necessidade de penalizar os pais que, desta forma, impedem as suas filhas de decidirem o seu futuro.

Rebeca António, activista contra casamento precoce
Rebeca António, activista contra casamento precoce

Aos 11 anos, Rebeca Antonio, da província de Manica, foi obrigada a casar-se pelos seus pais para satisfazer os interesses da família, mas tal não aconteceu devido à intervenção da Fundação para o Desenvolvimento Comunitário que sensibilizou os seus pais sobre tema.

Hoje, ela tem 16 anos e frequenta a nona classe, além de ser uma activista na sua província contra o casamento precoce.

Agira Correia, da província de Nampula, que também tem 16 anos, não teve a mesma sorte.

Actualmente, casada e mãe de uma menina, apela às meninas para se empenharem nos estudos.

Refira-se que, a linha Fala Criança 116 revela estar a receber várias denúncias de violações de raparigas.

No ano passado cerca de cerca de 130 mil chamadas foram registadas na linha fala criança .

O responsável da Linha Calisto Guambe disse que tem estado a intervir juntamente com as outras organizações.

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