As deserções nas hostes da CASA-CE, a terceira formação política no Parlamento angolano, podem colocar em causa a sua participação nas eleições autárquicas previstas para 2020.
A leitura é de vários analistas à luz da crise evidente na coligação.
Em pouco menos de dois meses, a terceira força política com maior representação parlamentar em Angola registou a saída de vários dirigentes dirigentes de proa, os chamados independentes, com destaque para os de Luanda, Benguela e Malanje.
O acedémico João Lukombo Zatuzola considera “alarmante” a crise interna e diz que as deserções em curso revelam que a coligação partidária tem o futuro comprometido.
Para o jornalista Ilídio Manuel, as dessidências em curso levam a que esta agremiação política chegue “bastente fregilizada” às eleições autárquicas, em que deveria reafirmar a sua condição de alternativa ao MPLA e à UNTA.
Entrentanto, o vice-presidente da coligação, Manuel Fernandes foi citado em Luanda, como tendo assegurado que, apesar das deserções em curso, a CASA-CE “não vai ruir”.
A crise interna iniciou depois que o Tribunal Constitucional proibiu o seu líder, Abel Chivukuvuku, de criar uma nova formação política que seria integrada por membros que não pertencem aos quatro partidos que compõem a coligação partidária.
Em consequência, os chamados independentes começaram a deixar a coligação e questiona-se agora o futuro de Chivukuvuku, que não integra nenhum partido.