Organizações sociais da Frelimo reúnem-se neste fim-de-semana em Tete num seminário destinado ao alinhamento da estratégia do partido para as próximas eleições, à espera que seja debatida também a decisão de Samora Machel Jr. de concorrer como independente à gestão da cidade de Maputo.
Uma questão central das eleições municipais de 10 de Outubro é a entrada, na corrida, de Samora Machel Jr., com várias correntes de opinião a considerarem que isso vai ter um impacto muito grande no seio da Frelimo, de que é membro do seu Comité Central, porque não era expectável que isso acontecesse.
Para o decano do jornalismo moçambicano Paul Fauvet, "não é normal que o filho do homem que dirigiu a Frelimo a derrotar o colonialismo português decida combater a mesma Frelimo nas eleições".
Num debate televisivo, o analista Fernando Lima considerou que a decisão de Samora Machel Jr. de se candidatar à presidência do município de Maputo complica todos os vaticínios eleitorais iniciais.
Para Lima, a questão fundamental é o facto de um membro do Comité Central da Frelimo e filho de um antigo Chefe de Estado "quebrar o seu partido porque se sentiu injustiçado nas eleições e concorrer como independente".
"Parece-me que estamos no limiar de uma nova fase deste partido que até hoje, sempre tentou se apresentar aos olhos do eleitorado e da opinião pública como um partido coeso, que fala com uma só voz e tem toda esta coesa e uma disciplina partidária. Este é o aspecto mais relevante e que, claramente, ultrapassa os vaticínios de como se vai comportar o eleitorado, em face destes três fortes candidatos à gestão da cidade de Maputo", enfatizou aquele jornalista.