A pouco mais de uma semana das eleições gerais em Moçambique aumenta a especulação sobre o resultado do acto de 15 de Outubro. Nas ruas do Maputo cartazes, bandeiras e carros com altifalantes indicam claramente que se está a viver um momento único.
A julgar pelo número de cartazes e propaganda eleitoral no Maputo, Filipe Nyussi é o rei das eleições. A sua cara está em cartazes pequenos e grandes, nas bandeiras de todas as dimensões, nos enormes ecrãs digitais com promessas de justiça e mudança.
Entretanto, os seus rivais são praticamente invisíveis, com pequenos cartazes colados em algumas paredes.
A julgar por isso Nyusse e a Frelimo são dominantes, mas pode ser uma imagem enganadora porque as eleições poderão desta vez ser decididas no Norte e Centro do país.
Com efeito, as províncias de Nampula, Zambézia, Tete Manica e Sofala elegem um total de 151 parlamentares de um total de 248. É por isso que o líder da Renamo Afonso Dhlakama tem totalmente ignorado na campanha o sul do país, zona que é tradicionalmente de grande apoio à Frelimo.
Alguns analistas fazem notar, contudo, que em anteriores eleições a Renamo venceu na zona Centro e em Nampula, mas não as ganhou.
Agora, há o factor MDM que tão bons resultados alcançou nas eleições autárquicas ao vencer em Nampula, Quelimane e Beira. Por pouco também levava a melhor na capital.
Talvez, por isso, o candidato da Frelimo seja uma homem do Norte, embora de uma província, Cabo Delgado, onde a Frelimo continua muito forte. O próprio presidente Armando Guebuza fez campanha na sua terra natal, Nampula.
Afonso Dhlakama chega à capital na sexta-feira à noite e deve participar em comícios no sábado e domingo. Nessa altura, será uma boa ocasião par ver que tipo de adesão terá o líder da Renamo no sul do país. No Norte, segundo observadores locais, a adesão tem sido muito elevada.