Cerca de 500 camponeses proprietários da cooperativa Verda Kwanza, na zona de Ramiro, em Luanda, acusam o administrador local, Almeida Miguel Silva, de querer vender as terras.
O administrador é também acusado de fazer o uso da força para afugentar os agricultores.
Natália Bongue, uma das camponesas que também integra a cooperativa Verde Kwanza, acusa Almeida Miguel Silva de, em colaboração com dois cidadãos, ter dado ordens para a destruição dos produtos agrícolas na zona com o obejctivo de comercializarem os terrenos para fins habitacionais.
“O administrador de Ramiro e os senhores João Pedro e Matias Coelho querem os terrenos para os vender. Eles já têm os clientes para fazerem uma zona habitacional”, acusou Bonque.
Alberto Conga, outro membro da mesma cooperativa, afirma que ontem o administrador voltou a mandar para o campo máquinas e homens fardados para destruir a cooperativa.
“Mandaram homens fardados para nos ameaçarem ontem mesmo e queriam partir tudo, mas estávamos cáem massa. É uma máfia do administrador e seus colaboradores”, apontou Conga.
Matias Coelho, um dos acusados, disse à VOA que a zona pertence a um único homem, conhecido como soba Chivela, que começou um processo de venda e que decorre junto da Administração dos Ramiros, pelo facto de o soba entender que a cooperativa hoje já não corresponde aos seus interesses.
“Eu não sou da administração e não sei por que os camponeses passam a vida a ameaçar-me até porque sou a pessoa que está a defender o dono do espaço. Aquele espaço é do soba Chivela, que lhes tinha dado o espaço para agricultara” explicou.
Refira-se que recentemente três elementos da cooperativa foram detidos e soltos a mando do Administrador de Ramiros.
A VOA contactou o administrador Almeida Miguel Silva, mas não obteve qualquer resposta.