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Campanha "Para a Nova Lei das ONG" em Angola ganha apoio internacional contra nova proposta de lei


Manifestação em Luanda, Angola, 17 Junho 2023
Manifestação em Luanda, Angola, 17 Junho 2023

Cerca de 100 organizações de África, América, Europa, Ásia e até das Caraíbas dizem que a proposta de lei fere a Constituição e retarda ainda mais a democracia em Angola.

A campanha de associações angolanas contra a nova proposta de Lei de Estatuto das Organizações Não Governamentais enviada ao Parlamento pelo Governo continua a ganhar novos aliados.

Cerca de 100 organizações de África, América, Europa, Ásia e até das Caraíbas juntam-se agora ao grito "Para a Nova lei das ONG" porque, segundo elas, fere a Constituição e retarda ainda mais a democracia em Angola.

Campanha "Para a Nova lei das ONG" em Angola ganha apoio internacional
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Entre as organizações estão a alemã, CIFAR, a sul-africana Corruption Watch
a canadeiana Center for Law and Democracy, da espanhola Consubol, a Transparência Internacional de vários países.

O representante da Transparência Internacional Portugal Paulo Fortes diz que "faz todo sentido juntar-mo-nos a esta iniciativa, porque esta lei torna-se muito preocupante na forma como restringe a actuação das ONG, constitui uma séria ameaça à liberdade de expressão e de reunião da sociedade civil, uma legislação repressiva contra o trabalho das ONG que ficam reféns a organismos estatais angolanos, para fazer o seu trabalho, para além de ir contra os tratados internacionais".

Em Angola, a iniciativa é bem-vinda, por Serra Bango da Associação Democracia, Justiça e Paz.

"Três elementos atentam gravemente a democracia e os direitos e liberdades fundamentais dos cidadãos, não conseguimos perceber como o Governo pretende ser ele a controlar o exercício deste direito, condicionar a actividade das associações, violando o princípio da autonomia das organizações", diz Bango, para quem a "proposta pretende condicionar, determinar por livre arbítrio do Governo decidir que organizações devem existir e quais não devem".

Um dos argumentos apresentados pelo legislador para esta proposta é travar e impedir o envolvimento das organizações não governamentais em temas de
lavagem de capitais e apoio ao terrorismo.

Florindo Chivukute, da organização Friends Of Angola (FOA), refuta este argumento e diz que quem tem estas práticas são os próprios membros do regime angolano.

"Quando há uns anos o Tesouro americano cortou o fornecimento de dólares aos bancos angolanos que levou a economia angolana a uma recessão que durou uma década, porque havia indivíduos ligados ao próprio regime angolano com ligações a grupos terroristas, acredito que um destes grupos, se a memória não me falha, era o Hezbollah, ficou claro quem são estes indivíduos, também está claro que os últimos acontecimentos sobre branqueamento de capitais, são pessoas ligadas ao Executivo angolano e ao Presidente João Lourenço.

A VOA tentou sem sucesso falar com o Governo e o MPLA.

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