O Conselho de Administração do Caminho-de-ferro de Benguela (CFB) é acusado de intimidar trabalhadores devido a um caderno reivindicativo.
Os trabalhadores poderão avançar para a greve já na próxima semana, esgotado o prazo legal para a resposta às exigências de aumentos salariais em 100 por cento e dos subsídios de alimentação.
Em defesa dos mais de 1.300 ferroviários distribuídos entre Benguela e Moxico, passando pelas províncias do Huambo e Bié, a comissão sindical pede, para lá das exigências financeiras e condições de trabalho, a reintegração de colegas despedidos na sequência da última colisão de comboios.
Uma assembleia de trabalhadores poderá realizar-se no inicio da próxima semana para decidir sobre a greve.
O primeiro secretario da comissão sindical Bernardo Henriques que a direcção realizou um encontro com trabalhadores “apresentaram ameaças”.
“Estão a perder tempo a intimidar”, afirmou.
Para além dos salários e subsídios uma outra questão é o despedimento de oito trabalhadores na sequencia da colisão de comboios no troço entre o Huambo e o Bié.
‘’Tudo deveu-se à insuficiência de comunicações. Eles utilizam telemóveis, mas lá onde aconteceu não há rede nem nenhuma das operadoras de telefonia. Achamos que é um despedimento injusto’’, disse Bernardo Henriques.
Desta vez, confrontado pela VOA a propósito do espectro de greve, Luís Teixeira, o PCA, prometeu um pronunciamento nos próximos dias.
O salário base no Caminho-de-ferro de Benguela é de 34 mil Kwanzas, pouco mais de 100 dólares americanos ao câmbio oficial.