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Calor extremo e cheias provocam milhares de mortes


Agência meteorológica emite alerta de calor para o sul de Espanha
Agência meteorológica emite alerta de calor para o sul de Espanha

Cientistas afirmam que as vagas de calor vão continuar a intensificar-se se o mundo prosseguir com a emissão de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

À medida que o verão chega a vários hemisférios do mundo, temperaturas recorde assolam o planeta, provocando inúmeras mortes mundialmente.

O serviço de monitorização do clima da União Europeia indicou que as ondas de calor ocorrem num contexto de 12 meses consecutivos que se classificaram como os mais quentes de que há registo em comparações anuais.

As altas temperaturas provocaram incêndios devastadores na Europa e América Latina. Na Índia, com os termómetros a atingir recordes, várias pessoas sairam à rua a pedir mais e melhor acesso a água.

No México, pelo menos 125 pessoas morreram devido ao calor este ano, segundo o Ministério da Saúde do país. Juntam-se a estas as mais de 2.300 pessoas que sofreram insolação, desidratação e queimaduras solares.

Mais de 1.000 pessoas morreram durante a peregrinação Hajj, a Meca, deste ano, na Arábia Saudita, devido às altas temperaturas que se fizeram sentir, tendo quase atingido os 52 graus celsius.

As ondas de calor atingem ainda várias cidades nos Estados Unidos e restantes países do Sudoeste Asiático.

Seca atinge África de forma alarmante

Em África, o intenso calor e a falta de chuva têm conduzido à destruição de várias colheitas na África Austral, lançando um alerta vermelho. O Zimbabué declarou o estado de calamidade. O presidente do país disse que precisa de 2 mil milhões de dólares para assistência humanitária.

"Mais de 80% do nosso país registou uma precipitação abaixo do normal", afirmou o Presidente, Emmerson Mnangagwa, num discurso em que apelou à ajuda internacional.

Um elefante morto jaz no Parque Nacional de Hwange, no Zimbabué. Mais de 200 elefantes morreram no meio de uma grave seca, 10 de novembro de 2019.
Um elefante morto jaz no Parque Nacional de Hwange, no Zimbabué. Mais de 200 elefantes morreram no meio de uma grave seca, 10 de novembro de 2019.

Milhões de pessoas na região do Corno de África juntam-se ao Zimbabué, entre outros países africanos, enfrentando atualmente uma fome aguda devido a uma das piores secas das últimas décadas, resultante dos efeitos das alterações climáticas.

Os cientistas afirmam que as vagas de calor vão continuar a intensificar-se se o mundo prosseguir com a emissão de gases com efeito de estufa provenientes da queima de combustíveis fósseis.

A par da onda de calor e consequente extrema seca, vários países acusaram intensas chuvas. Na Suiça três pessoas estão desaparecidas, depois de chuvas torrenciais terem provocado um deslizamento de rochas. A China documentou também diversas mortes.

Os registos climáticos recentes são um sinal de que as alterações climáticas podem voltar a ajudar a alimentar um calor recorde, que poderá ultrapassar o verão passado como o mais quente dos últimos 2.000 anos.

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