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Calma regressa à aldeia angolana de Ebo depois de revolta de moradores


Assassinato de três pessoas por um polícia provoca tumultos
Assassinato de três pessoas por um polícia provoca tumultos

Dois dias depois de um polícia a civil ter morto três pessoas e ferido outras duas num hospital da vila de Ebo, na província angolana de Kwanza Sul, num aparente caso passional, a calma regressou, mas a tensão é alta.

Nesse período, agentes da ordem tiveram que recorrer a tiros para o ar para dispersar moradores que queriam linchar o polícia, entretanto detido, conhecido por “Árabe”.

O administrador da vila garante que tudo regressou à normalidade depois de diálogo com a população.

O polícia, depois de ter agredido com arma branca a suposta companheira, foi para o hospital, para onde se dirigiu a vítima e, à chegada, começou a disparar de forma indiscriminada, tendo provocado a morte de um enfermeiro, um doente e um acampanhante de um paciente.

Ainda devido aos tiros, um terceiro doente e uma cozinheira do hospital ficaram feridos.

“O povo está revoltado com esta situação. É tempo de paz, nós precisamos de paz mas, a polícia está matar o povo e não sei como é que fica esta situação, estamos muito, muito revoltados porque os polícias daqui do município do Ebo, não respeitam o cidadão”, disse um cidadão, enquanto outro perguntava “como é que o comando sabe que este está a civil, não está a trabalho, entra embriagadamente e apanha uma arma”.

No meio de tanta revolta houve quem pediu justiça com as mãos e dito “estamos a agir assim com pedras e tudo”.

Diálogo

Em conversa com a VOA por telefone, o administrador de Ebo, Manuel Francisco, garante que a situação foi controlada depois de uma hora de negociações na noite de segunda-feira, 9.

“Reuni as pessoas, afastei os polícias do local e depois de uma hora de diálogo, todas abandonaram o local de forma pacífica”, explicou Francisco que, no entanto, disse saber que “havia delinquentes que vieram de fora e estavam a criar escudos humanos, com crianças e mulheres”.

Um dos tais delinquentes terá sido detido.

Hifica António, de 34 anos de idade, e Santos Moutinho, de 15, são dois dos três feridos que já se encontram a receber tratamento no Hospital Geral 17 de Setembro, no Sumbe.

Uma criança foi atingida no hospital onde se encontrava internada e contou o que viu: “estava à procura, sei lá se era namorada dele, e depois de matar alguémdisse ´já consegui o que estava precisar”.

O Serviço de Investigação Criminal deteve o agente no domingo e está a investigar o caso.

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