As autoridades moçambicanas estimam que a caça furtiva no país movimentou até, este ano, cerca de 72 mil milhões de dólares e prometem apertar o combate ao fenómeno.
A retirada da população nalguns parques para evitar casos de caça furtiva é vista como uma das soluções para conter este crime.
Mas prevalecem lacunas, reconhecem as autoridades.
"Ainda não atingimos um nível de organização de combate ao crime organizado, que seria desejável e por isso aparecemos em lugares cimeiros da exportação ilícita de corno de rinoceronte,” disse Carlos Gomes da Administração Nacional da Conservação da Natureza.
Em cinco anos, população de elefantes em Moçambique reduziu de 20 mil em 2010 para 10 mil em 2015.
No mesmo período, foram apreendidas 244 armas e abatidos perto de 118 caçadores furtivos.
Gomes disse ainda que a redução da população de elefantes e rinocerontes tem a ver com a pobreza rural e não só.
"Nós temos armas e munições disponíveis (…) temos um licenciamento caótico (de armas), temos porosidade e corrupção nas fronteiras terrestres", revelou Gomes.
A reserva de Maputo é uma das que tem enfrentado grandes problemas de caça furtiva devido à presença de população que aguarda reassentamento.
As cerca de 60 famílias têm dificultado o processo de repovoamento da reserva, confirmou Rodolfo Cumbane, gestor de biodiversidade da reserva.