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Cabo Verdianos divergem quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo


Bolo de casamento cuja decoração representa uniões entre pessoas do mesmo sexo.
Bolo de casamento cuja decoração representa uniões entre pessoas do mesmo sexo.

O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, já disse que de momento, este assunto não consta da agenda política do Governo.

Em Cabo Verde, debate-se o casamento entre pessoas do mesmo sexo, no quadro da luta pelos direitos das lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais (LGBT).

Activistas exigem direitos iguais para todos os cidadãos, tal como defende a constituição.

Cabo Verdianos divergem quanto ao casamento entre pessoas do mesmo sexo
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O debate ganhou relevância quando, recentemente, o deputado e secretário-geral do MPD, Miguel Monteiro, recorreu a citações bíblicas para se posicionar contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

Monteiro foi largamente criticado no facebook.

E os activistas continuam a sua advocacia em prol da causa.

À saída de um encontro, esta quinta-feira, 13, com responsáveis dos escritórios do Nações Unidas na Praia, Hellen Lopes disse à VOA que as LGBT só estão a exigir os mesmos direitos em relação aos demais cidadãos.

“Pedimos que respeitem as nossas opções de vida, nomeadamente o direito ao casamento e outros. Sabemos que a luta é difícil, mas vamos batalhar até atingir os nossos legítimos objectivos”, realça Hellen.

Igreja católica é contra

Entre as vozes contra, o padre católico João Augusto afirma que a sua igreja é claramente contra o casamento entre pessoas do mesmo sexo.

“Independentemente da linha que o debate tomar, da tendência que houver no Parlamento, a posição da Igreja católica é clara nesta matéria. Havendo casamento tem de ser sempre entre um homem e uma mulher”, defende o padre Augusto

No programa “directo ao ponto”, da RCV, o deputado do PAICV, Clóvis Silva disse que a sociedade cabo-verdiana ainda não está preparada para aceitar isso, mas entende que se deve respeitar e salvaguardar os direitos de todos, maioria e minoria.

“Penso que o cabo-verdiano que não vai ser tonar gay se o casamento entre pessoas do mesmo sexo for legalizado; as nossas crianças não serão transformadas em homo-afectivos se forem educadas por pessoas assim; esta é uma posição apenas minha”, afirma o deputado e jurista.

O deputado do MPD, partido no poder, Nilton Paiva parece não se opor à questão do casamento entre pessoas do mesmo sexo, mas tem opinião diferente em relação à adopção de crianças.

Assunto fora da agenda política

“No debate da adopção e co-adopção temos é que levar em conta que são crianças, que não têm discernimento, que é o estado e os adultos a decidir por eles, e até que ponto nós temos essa legitimidade e quais são as consequências?", questiona Nilton Paiva.

O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, já disse que de momento, este assunto não consta da agenda política do Governo.

“Em relação a essa matéria, tenho máximo de tolerância, não tenho estigma nem preconceito… agora não pode haver também intolerância a quem se posicione contra… portanto as pessoas são livres a ter os seus posicionamentos; quando chegar momento politico sim, teremos sobre a mesa decisões que têm de ser tomadas se for o caso”, frisou Correia e Silva.

Apesar da complexidade da matéria, está aberto embora fora do Parlamento, o debate sobre a legalização do casamento entre pessoas do mesmo sexo e outros direitos das LGBT em Cabo Verde.

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