Em Cabo Verde assinala-se o 13 de Janeiro, feriado nacional, Dia da Liberdade e Democracia, que marca a realização das primeiras eleições multipartidárias, em 1991.
Para os cabo-verdianos, a instauração do regime democrático trouxe ganhos assinaláveis para o país, mas algumas pessoas ouvidas pela VOA, na cidade da Praia, consideram que são precisos ainda mais mecanismos que permitam acabar com a auto-censura nas diferentes esferas, bem como a necessidade de haver maior civismo e participação activa no desenvolvimento.
Para o jovem Milton Livramento, apesar da vivência democrática nesses últimos 29 anos, ainda se nota um grande receio por parte de muitas pessoas em exprimirem o que pensam sobre determinadas matérias, já que receiam ser penalizados sobretudo com a perda do emprego.
Ele diz que esse é um factor que reduz a participação activa do cidadão, daí considerar que se deve criar mecanismos que possam acabar com o receio das pessoas na transmissão das suas ideias e opiniões ".
O jovem professor Eliseu Cardoso anseia por uma sociedade civil mais participativa na esfera socioeconómica, cívica e politica do país.
Filipe Furtado, outro cidadão abordado pela VOA, diz ter vivido o tempo colonial, vigência do partido único e regime democrático.
Ele considera que Cabo Verde tem registado muitos ganhos, mas entende que se deve melhorar muito no aspecto da boa educação e civismo.
Na opinião do professor na reforma, Victor Lobo, a democracia cabo-verdiana pode sair mais reforçada, caso houver maior diálogo e entendimento entre os partidos políticos e as diferentes organizações da sociedade, "sobretudo quando estão causa os principais assuntos para o desenvolvimento do arquipélago".