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Cabo Verde: Ulisses Correia e Silva recandidata-se à liderança do MpD e concorrente posiciona-se


Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD e primeiro-ministro de Cabo Verde
Ulisses Correia e Silva, presidente do MpD e primeiro-ministro de Cabo Verde

Partido no poder terá eleições directas no primeiro semestre de 2023

Ulisses Correia e Silva, actual primeiro-ministro de Cabo Verde, vai recandidatar-se à presidência do Movimento para a Democracia (MpD), na convenção do partido agendada para o primeiro trimestre do próximo ano.

O anúncio feito no sábado, na abertura do ano político, e já provocou a reacção do dirigente e deputado do partido, Orlando Dias, que reitera a sua disponibilidade para entrar na corrida à liderança, mas lamenta que o anúncio de Correia e Silva tenho sido feito na contramão “dos mais elementares princípios da ética”.

Cabo Verde: Ulisses Correia e Silva recandidata-se à liderança do MpD e concorrente posiciona-se
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Ao anunciar a sua intenção, o actual líder do partido no poder afirmou que o momento não permite que haja crises no país e nem no seu partido, por isso em nome da estabilidade Correia e Silva disse estar disponível a concorrer nas directas internas.

Ele acrescentou que o “momento que se vive não é para populismo, promessas fáceis e difíceis de cumprir”, por isso defende a unidade e coesão do seu partido.

Orlando dias critica

Orlando Dias, que tem criticado a forma como o MpD tem sido dirigido nos últimos tempos, lamenta que o líder tenha feito o anúncio num acto público do partido para “o cavalgar a favor da respectiva candidatura”.

Orlando Dias, deputado do MpD, Praia, Cabo Verde
Orlando Dias, deputado do MpD, Praia, Cabo Verde

Num post na sua página no Facebook, Dias afirma que “é mesmo muito feio” e adianta que “estamos prontos para disputar com lealdade e seriedade as eleições internas, “só esperamos que o nosso adversário inverta o rumo e acerte o passo pelos mesmos princípios da ética política republicana".

O analista político António Ludgero Correia considera normal e nada de deselegante e de ilícito o anúncio de Ulisses Correia e Silva, feito durante a abertura do ano político do no poder.

No entanto, o antigo conselheiro da Presidência da República não concorda com aqueles que defendem sempre a unanimidade, porquanto entende que a democracia só tem vitalidade com a pluralidade de ideias.

"Este país é uma maravilha, todo o mundo quis o pluripartidarismo, mas as práticas são monopartidárias, toda a gente diz que a dissonância é o sal da democracia, mas querem que se concorde com o que eles dizem", afirma Correia, que defende maior cultura democrática no arquipélago.

O professor universitário e analista político, Daniel Medina, considera que “em termos de apoios e transparência financeira no que tange à mobilização de pessoas para irem à actividade política queaconteceu, penso não ser curial, mas em todos partidos faz-se isso... um hábito não positivo”, mas, segundo aquele antigo jornalista, “neste momento o que nos interessa como cidadãos é que o Ulisses tenha se pronunciado a candidatar-se à sua própria sucessão".
Medina espera contudo, que após o anúncio do actual líder do partido, Orlando Dias leve a sua candidatura até o fim para o bem da consolidação democrática no seio do MpD.

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